Onconews - Carboplatina neoadjuvante em câncer de mama (GeparSixto; GBG 66)

Carboplatina_NET_OK.jpgUm estudo randomizado de fase 2, liderado por Gunter Von Minckwitz, do German Breast Group, procurou avaliar a eficácia da adição de carboplatina à terapia neoadjuvante para câncer de mama triplo-negativo e HER2-positivo. A adição de carboplatina neoadjuvante para um regime de taxano, antraciclina e terapia-alvo aumentou significativamente a resposta patológica completa em pacientes com câncer de mama triplo-negativo, mas não naqueles com câncer de mama HER2-positivo.

Foram incluídos pacientes com câncer de mama triplo-negativo e câncer de mama HER2-positivo, estadios II-III, não metastático, sem tratamento anterior.Os participantes foram tratados por 18 semanas com paclitaxel (80 mg/m2, uma vez por semana) e doxorrubicina lipossomal não-peguilada (20mg/m2, uma vez por semana).Os pacientes com câncer de mama triplo-negativo receberam bevacizumab (15mg/kg via intravenosa a cada 3 semanas), enquanto aqueles com doença HER2+ receberam trastuzumab (8mg/kg de dose inicial com doses subsequentes de 6mg/kg via intravenosa a cada 3 semanas) e lapatinib (750mg por dia).

Os pacientes foram distrubuídos aleatroriamente para receber (n=295) ou não receber (n=293) carboplatina simultaneamente aos regimes de base, uma vez por semana.O endpoint primário foi a proporção de doentes que atingiram resposta patológica completa.

Descobertas

Na análise, 129 pacientes (43,7%) no braço carboplatina obtiveram resposta patológica completa, em comparação com 108 pacientes (36,9%) no braço que não recebeu a droga (odds ratio 1,33, 95% CI 0,96-1,85, p = 0,107). Dos pacientes com câncer de mama triplo-negativo, 84 (53,2%) de 158 pacientes atingiram uma resposta patológica completa com carboplatina, em comparação com 58 (36,9%) de 157 no outro braço do estudo. Entre os pacientes com tumores HER2+, 45 (32,8%) de 137 pacientes atingiram uma resposta patológica completa em comparação com 50 (36,8%) pacientes que não receberam a carboplatina.

Os efeitos tóxicos hematológicos e não-hematológicos foram significativamente mais comuns no grupo que recebeu carboplatina e incluíram neutropenia graus 3 ou 4 (192 [65%] versus 79 [27%]), anemia de graus 3 ou 4 (45 [15%] versus um [<1%]), trombocitopenia graus 3 ou 4 (42 [14%] versus um [<1%]), e diarreia graus 3 ou 4 (51 [17%] versus 32 [11%]). A carboplatina foi mais frequentemente associada com interrupções de dose (141 [48%] e 114 [39%], sem carboplatina, p = 0, 031). A frequência de eventos hematológicos de graus 3 ou 4 diminuiu de 82% (n = 135) para 70% (n = 92) e de eventos não-hematológicos graus 3 ou 4 de 78% (n = 128) para 59% (n = 77) no braço carboplatina, quando a dose foi reduzida de AUC2,0 para 1,5.

O estudo foi financiado pela GlaxoSmithKline, Roche e Teva, e está registrado no ClinicalTrials.gov, número NCT01426880.

Referência:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24794243