A prolactina, um hormônio produzido pela glândula pituitária, regula o desenvolvimento da mama e pode contribuir para a etiologia do câncer de mama. No entanto, a maioria dos estudos epidemiológicos de prolactina e câncer de mama foram restritos. Agora, Jacob K. Kresovich e colegas relatam os resultados do consórcio Biomarkers in Breast Cancer Risk Prediction, agrupando análises de quatro estudos prospectivos com 8.279 mulheres na pós-menopausa. A análise mostra que as concentrações plasmáticas de prolactina foram positivamente associadas ao risco de câncer de mama pós-menopausa, principalmente no contexto do uso de terapia de reposição hormonal; mulheres com níveis de prolactina acima de 13 ng/mL tiveram risco 20% maior de câncer de mama.
O consórcio Biomarkers in Breast Cancer Risk Prediction incluiu 8.279 mulheres na pós-menopausa, a partir de quatro estudos de coorte prospectivos. Desse universo amostral, 3.441 mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama invasivo após a inscrição. As concentrações de prolactina foram medidas para todas as participantes do estudo em amostras de plasma coletadas quando todas as mulheres estavam na pós-menopausa e antes de qualquer diagnóstico de câncer de mama usando ensaios ELISA.
Os resultados foram relatados na Breast Cancer Research e revelam que concentrações plasmáticas mais altas de prolactina foram positivamente associadas ao risco de câncer de mama pós-menopausa (> 13,2 ng/mL vs. < 7,9 ng/mL, OR: 1,20, IC de 95%: 1,06, 1,36; tendência de P < 0,001). As associações foram observadas principalmente em usuárias atuais de hormônios pós-menopausa na coleta de sangue (> 13,2 ng/mL vs. < 7,9 ng/mL, usuárias atuais, OR: 1,58, IC de 95%: 1,27, 1,96, P-tendência < 0,001; não usuárias atuais, OR: 1,08, IC de 95%: 0,93, 1,27, P-tendência = 0,11; P-heterogeneidade = 0,06).
“A prolactina pode ser um fator de risco para câncer de mama pós-menopausa, particularmente no contexto do uso de hormônios pós-menopausa”, concluem os autores, para quem esses resultados podem contribuir para melhorar os modelos clínicos de avaliação de risco do câncer de mama.
Referência:
Kresovich, J.K., Guranich, C., Houghton, S. et al. Plasma prolactin and postmenopausal breast cancer risk: a pooled analysis of four prospective cohort studies. Breast Cancer Res 26, 169 (2024). https://doi.org/10.1186/s13058-024-01922-6