Onconews - Dados de mundo real apoiam quimioimunoterapia no CPPC

Dados publicados no JTO Clinical and Research Reports indicam que o tratamento com quimioimunoterapia é ativo no câncer de pulmão de pequenas células no estágio extenso (CPPC-ES) no cenário do mundo real. “Embora um terço dos pacientes não fossem elegíveis para ensaios pivotais, os resultados de sobrevida em nossa coorte são semelhantes aos de ensaios de registro, assim como os dados de segurança, apoiando o uso de quimioimunoterapia como tratamento de primeira linha para CPPC-ES na prática clínica diária”, destacam os autores, em análise que reflete a maior coorte do mundo real nesse cenário de tratamento.

O câncer de pulmão de pequenas células é caracterizado pela agressividade e por opções limitadas de tratamento, especialmente no estágio extenso (CPPC-ES).

A imunoterapia adicionada à combinação de platina-etoposídeo tornou-se recentemente padrão neste cenário. Neste estudo multicêntrico retrospectivo, o objetivo foi avaliar a eficácia real da quimioimunoterapia em pacientes com CPPC-ES, com foco em subgrupos excluídos de ensaios clínicos. Pacientes consecutivos com CPPC-ES de 10 instituições britânicas e 10 suíças foram considerados na análise. Os pacientes receberam quimioterapia com platina-etoposídeo em combinação com imunoterapia (durvalumabe ou atezolizumabe). Foram coletados dados do paciente, do tumor e do tratamento. Os desfechos avaliados foram sobrevida global (SG), sobrevida livre de progressão (SLP) e taxa de resposta objetiva (ORR), além de resultados de segurança.

A base de análise considerou 436 pacientes. “Cento e quarenta e dois pacientes (32,6%) em nossa coorte não teriam sido elegíveis para os ensaios de registro em razão do status de desempenho do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) de 2 ou superior, doença autoimune, metástases cerebrais ativas ou uso de esteroides”, descrevem os pesquisadores.

A sobrevida livre de progressão mediana foi de 5,5 meses e a sobrevida global mediana alcançou 9,3 meses. A sobrevida global de dois anos foi de 14%. Pacientes com metástases hepáticas ou ósseas ou status de desempenho ECOG ≥ 2 tiveram piores resultados de sobrevida.

 Eventos adversos relacionados ao tratamento foram relatados em 222 pacientes (51%), enquanto eventos adversos relacionados ao sistema imunológico (EAim) ocorreram em 95 pacientes (22%). Três em cada cinco EAim de grau 5 foram causados ​​por pneumonite.

“Até onde sabemos, esta é a maior coorte do mundo real de pacientes tratados com quimioimunoterapia para ES-SCLC. Embora um terço dos pacientes não fossem elegíveis para ensaios pivotais, os resultados de sobrevida em nossa coorte são semelhantes aos de ensaios de registro. Em particular, o número de sobreviventes de longo prazo e os dados de segurança são comparáveis, apoiando o uso de quimioimunoterapia como tratamento de primeira linha na prática clínica diária para CPPC-ES”, concluem.

Referência:

Moliner L, Zellweger N, Schmid S, Bertschinger M, Waibel C, Cerciello F, Froesch P, Mark M, Bettini A, Häuptle P, Blum V, Holer L, Hayoz S, Früh M, Ahmed S, Bhagani S, Steele N, Gray HL, Robinson SD, Davidson M, Cox S, Khalid T, Geldart TR, Nolan L, Scott DC, Hennah L, Newsom-Davis T, Rathbone E, Handforth C, Denton A, Merchant S, Blackhall F, Mauti LA, Califano R, Rothschild SI. First-Line Chemo-Immunotherapy in SCLC: Outcomes of a Binational Real-World Study. JTO Clin Res Rep. 2024 Oct 17;6(1):100744. doi: 10.1016/j.jtocrr.2024.100744. PMID: 39802819; PMCID: PMC11721423.