“O burnout em profissionais de saúde resulta da exposição a riscos psicossociais no trabalho. Se não for tratado, pode levar a problemas crônicos de saúde, aumento da rotatividade de pessoal, redução de horas de trabalho, absenteísmo e aposentadoria precoce da prática clínica, impactando assim o atendimento ao paciente”. O alerta é da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), em documento que propõe 11 recomendações para mitigar o burnout em profissionais de saúde que atuam na oncologia, com o objetivo de ajudar indivíduos e instituições a manter a prestação de cuidados oncológicos ideais.
Burnout é uma síndrome clínica resultante da exposição a riscos psicossociais no trabalho e foi descrita na Classificação Internacional de Doenças 11ª Revisão como um fenômeno ocupacional decorrente do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso. Com prevalência variando de 20% a 70% entre oncologistas, as manifestações de burnout incluem exaustão física e/ou emocional, cinismo, despersonalização, ineficácia e um baixo senso de realização profissional.
Criada em dezembro de 2019 para dar suporte ao bem-estar dos profissionais de saúde que atuam na oncologia, a Força-Tarefa de Resiliência (RTF) da ESMO publicou diretrizes desenvolvidas por um painel de especialistas, com base em três pesquisas da ESMO RTF relatadas anteriormente. Os especialistas identificaram diferentes riscos psicossociais relacionados ao trabalho em oncologia, principalmente preocupações sobre carga de trabalho e desenvolvimento profissional.
Para proteger a saúde dos profissionais e prevenir o burnoiut, um total de 11 recomendações relacionadas a três temas prioritários foram desenvolvidas: (1) informação e treinamento; (2) recursos; (3) ativismo e advocacia.
“Otimizar o bem-estar dos profissionais de saúde que atuam na oncologia é essencial para fornecer cuidados sustentáveis e de alta qualidade para pacientes, globalmente”, destaca a ESMO -RTF, agora à frente de várias iniciativas e atividades para apoiar a implementação dessas recomendações.
A íntegra das recomendações está disponível no ESMO Open, em acesso aberto
Referência:
ESMO Resilience Task Force recommendations to manage psychosocial risks, optimise well-being, and reduce burnout in oncology. Lim, K.H.J. et al. ESMO Open
