O Grupo de Trabalho de Pesquisa Translacional e Medicina de Precisão da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) reuniu especialistas internacionais para propor recomendações de consenso com o objetivo de harmonizar relatórios de genômica clínica de tumores sólidos. As recomendações estão no Annals of Oncology, em publicação com participação do oncologista brasileiro Rodrigo Dientsmann (foto).
O perfil genômico do tumor tem papel central no tratamento de pacientes com cânceres sólidos, com impacto tanto na seleção terapêutica, com base em biomarcadores prognósticos e preditivos, como na identificação de marcadores de cânceres hereditários.
Para dar suporte aos médicos na tomada de decisão, evitar desigualdades na medicina de precisão e garantir aos pacientes os benefícios dos avanços terapêuticos, é cada vez mais necessário harmonizar abordagens para interpretar os resultados dos testes genômicos. O objetivo dessas recomendações da ESMO é promover as melhores práticas na integração de testes genômicos ao ambiente clínico.
Após revisar as evidências disponíveis, o grupo de trabalho realizou várias rodadas de pesquisas e discussões para chegar a um consenso sobre as recomendação. Apenas as decisões de consenso foram relatadas, categorizadas em níveis de prioridade para facilitar a adaptação a diversos contextos clínicos e laboratoriais.
O painel de especialistas recomenda que os relatórios genômicos apresentem informações importantes em uma ou mais páginas iniciais, seguidas de informações complementares em um ou mais apêndices. Os relatórios devem ser estruturados em seções, considerando: 1) Características do ensaio e da análise de dados; 2) Desempenho do ensaio específico da amostra e controle de qualidade; 3) Alterações genômicas e suas anotações funcionais; 4) Avaliação da capacidade de ação clínica e correspondência com potenciais indicações terapêuticas e 5) Resumo dos principais achados.
“Apresentamos um conjunto de recomendações destinadas a estruturar relatórios genômicos para melhorar a compreensão dos médicos sobre os resultados do perfil genômico para cânceres sólidos. A comunicação entre médicos solicitantes e profissionais que relatam dados genômicos é fundamental para minimizar incertezas e otimizar o impacto dos testes genômicos no atendimento ao paciente”, concluem os autores.
Referência:
Open Access Published: July 08, 2024 DOI: https://doi.org/10.1016/j.annonc.2024.06.018