Onconews - Estudo de mundo real mostra resultados de osimertinibe no CPCNP metastático com mutação atípica de EGFR

Em uma grande análise de mundo real, osimertinibe demonstrou sobrevida livre de progressão e sobrevida global superiores e melhor tolerabilidade em comparação com afatinibe e erlotinibe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático com mutação atípica de EGFR. Os resultados foram publicados no Lung Cancer Journal.

“Existem dados limitados comparando a eficácia de osimertinibe versus inibidores de tirosina quinase (TKIs) de gerações anteriores no câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) metastático com mutações atípicas de EGFR como L861Q, G719X, S768I e exon20”, afirmaram os autores.

Os pesquisadores realizaram uma análise retrospectiva de instituição única de pacientes com CPCNP metastático com mutação de EGFR tratados entre 2007 e 2023 com TKIs de primeira linha, comparando os resultados para pacientes com mutalões atípicas tratados com osimertinibe, afatinibe e erlotinibe.

Os dados demográficos do baseline, características da doença, histórico de tratamento, toxicidade e resultados clínicos foram extraídos do prontuário eletrônico e comparados entre TKIs usando testes t de amostra independentes e análises qui-quadrado.

As medianas de sobrevida livre de progressão (mSLP) e sobrevida global (mSG) foram comparadas por meio da análise de log-rank de Kaplan-Meier e regressão multivariável de Cox.

Resultados

Entre 355 pacientes com CPCNP metastático EGFR mutado, 36 (10%) apresentavam mutações atípicas em G719X (N=21; 6%), Exon 20 (N=11; 3%), L861Q (N=7; 2%), S768I (N=4; 1%), C797S (N=1; 0,3%); 6 pacientes tinham mutações compostas.

Pacientes com mutações clássicas versus mutações atípicas tinham características demográficas e de doença basais semelhantes e uso de TKIs (p=0,124). Entre os pacientes com mutações atípicas, osimertinibe produziu mediana de SLP superior (22 meses) versus afatinibe (12 meses; p=0,005) ou erlotinibe (9 meses; p=0,001). A mediana de SG também foi superior com osimertinibe (32 meses) versus afatinibe (21 meses; p=0,032) ou erlotinibe (17 meses; p=0,011).

As taxas de redução de dose devido a eventos adversos foram menores para osimertinibe (19%) versus afatinibe (24%; p=0,003) ou erlotinibe (23%; p=0,002). As taxas de descontinuação devido a EAs também foram menores para osimertinibe versus afatinibe (1% vs 2%; p<0,001) ou erlotinibe (2%; p=0,004).

Em síntese, mutações atípicas de EGFR no câncer de pulmão de células não pequenas CPCNP metastático mostraram pior sobrevida em comparação com mutações clássicas (L858R & exon19del), e para mutações atípicas, osimertinibe mostrou sobrevida livre de progressão em primeira linha, sobrevida global e segurança superiores em comparação com afatinibe ou erlotinibe. “Osimertinibe também mostrou sobrevida livre de progressão em segunda linha superior versus afatinibe após progressão a um TKI EGFR”, afirmaram os autores.

Referência:

Real-world outcomes of atypical EGFR-mutated metastatic non-small cell lung cancer (mNSCLC) treated with osimertinib (osi) vs. Afatinib or erlotinib. Adam Barsouk, Omar Elghawy, Alec Heidlauf, Charu Aggarwal, Melina Marmarelis, Corey Langer et al - Published: August 10, 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.lungcan.2024.107926