Estudo que procurou determinar os resultados dos inibidores do Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR) em pacientes com câncer gastroesofágico com EGFR amplificado relatou dados de uma população global de pacientes genomicamente selecionados. Os resultados foram publicados online 29 de março no Journal of Clinical Oncology (JCO), em artigo de Maron et al.
Os autores descrevem que um total de 60 pacientes de 15 centros terciários de câncer em seis países preencheram os critérios de inclusão. Foram elegíveis pacientes com GEA histologicamente confirmado com doença metastática ou irressecável e amplificação de EGFR, previamente tratados com inibidores de EGFR dentro ou fora do protocolo. A confirmação genômica compreendeu sequenciamento de próxima geração a partir do tecido ou do DNA de tumor circulante no plasma e/ou hibridização in situ de fluorescência.
Os resultados mostram que dos 60 pacientes com GEA e EGFR amplificado que receberam inibidores de EGFR, 31 (52%) foram tratados com quimioterapia concomitante. Em todas as linhas de tratamento, os pacientes alcançaram uma taxa de resposta objetiva de 43%, com sobrevida livre de progressão mediana de 4,6 meses (IC de 95%, 3,5 a 6,4).
Os pacientes que receberam inibidores de EGFR em primeira, segunda e terceira linha alcançaram sobrevida global (SG) mediana de 20,6 meses (IC 95%, 13,5 a não alcançado [NR]), 9 meses (IC 95%, 7,9 a NR) e 8,4 meses (7,6 a NR), respectivamente. Quando correlacionados esses achados com a base do banco de dados clinicogenômico (CGDB), os autores destacam que a sobrevida excedeu em muito a mediana de SG de 11,2 meses (IC 95%, 8,7 a 14,2) dos pacientes do CGBD que não receberam inibidores de EGFR como primeira linha de tratamento.
Apesar desse benefício, Maron e colegas sublinham que a análise do CGDB (janeiro de 2011 a dezembro de 2020) sugere que apenas 5% dos pacientes com GEA amplificado por EGFR foram tratados com inibidores de EGFR.
“Pacientes com GEA amplificado por EGFR obtêm benefícios significativos do tratamento com inibidores de EGFR. Uma investigação prospectiva adicional de EGFRi em uma população de pacientes bem selecionada está em andamento em um próximo estudo de amivantamab em EGFR e/ou GEA amplificado por MET”, concluem os autores.
Diante desses resultados, fica claro que existe uma necessidade não atendida de terapias eficazes para pacientes com adenocarcinoma gastroesofágico amplificado por EGFR. Dos 60 pacientes com GEA e EGFR amplificado tratados com inibidores de EGFR, 43% alcançaram resposta objetiva e a sobrevida global estratificada por linha de tratamento excedeu a observada em uma coorte de controle histórico.
Referência: Maron SB, Moya S, Morano F, Emmett MJ, Chou JF, Sabwa S, Walch H, Peterson B, Schrock AB, Zhang L, Janjigian YY, Chalasani S, Ku GY, Disel U, Enzinger P, Uboha N, Kato S, Yoshino T, Shitara K, Nakamura Y, Saeed A, Kasi P, Chao J, Lee J, Capanu M, Wainberg Z, Petty R, Pietrantonio F, Klempner SJ, Catenacci DVT. Epidermal Growth Factor Receptor Inhibition in Epidermal Growth Factor Receptor-Amplified Gastroesophageal Cancer: Retrospective Global Experience. J Clin Oncol. 2022 Mar 29:JCO2102453. doi: 10.1200/JCO.21.02453. Epub ahead of print. PMID: 35349370.