Onconews - FDA amplia indicação de pembrolizumab

keytruda.jpgO anti PD-1 pembrolizumab (Keytruda®) obteve do FDA mais uma indicação, agora como primeira linha para o tratamento inicial de pacientes com melanoma irressecável ou metastático. O anúncio foi feito no dia 18 de dezembro pela agência norte-americana, em uma decisão que teve como base os resultados de dois novos estudos clínicos.

O primeiro estudo incluiu 834 pacientes com melanoma irressecável ou com metástases que não tinham recebido ipilimumab, tratados com uma única linha de terapia sistêmica prévia. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente (1: 1: 1) para receber pembrolizumab na dose de 10 mg/kg por via intravenosa a cada 2 semanas (Q2W), ou pembrolizumab 10 mg/kg a cada 3 semanas (Q3W), ou para ipilimumab 3 mg/kg por via intravenosa a cada 3 semanas, por até 4 doses.

Os dados finais demonstraram que o estudo alcançou os desfechos primários de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP). Os dois braços tratados com pembrolizumab (Q2W e Q3W) demonstraram benefícios estatisticamente significativos na sobrevida global quando comparados ao braço de ipilimumab (HR de 0,63 (95% CI: 0,47, 0,83; p <0,001) e 0,69 (95% CI: 0,52, 0,90; p = 0,004), respectivamente. A mediana de SG não foi alcançada entre os pacientes que receberam pembrolizumab.

Os dados de sobrevida livre de progressão também favoreceram o uso de pembrolizumab, nos dois esquemas propostos (Q2W Q3W). A mediana de SLP foi, respectivamente, de 5,5 meses e 4,1 meses contra 2,8 meses no braço ipilimumab. As taxas de resposta globais foram, respectivamente de 34%, 33% e 12%.

O segundo estudo incluiu 540 pacientes com melanoma irressecável ou metastático que progrediram ao uso de ipilimumab e a um inibidor de BRAF, no caso de pacientes mutados. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente (1: 1: 1) para receber pembrolizumab nas doses de 2mg/kg ou 10 mg/kg (Q3W) ou quimioterapia a escolha do investigador.

O estudo demonstrou melhoria estatisticamente significativa na sobrevida livre de progressão entre os pacientes tratados com pembrolizumab, tanto na dose de 2 mg/kg (HR de 0,57 [IC 95%: 0,45, 0,73]; p <0,001) quanto na dose de 10 mg/kg (HR de [IC 95%: 0,39, 0,64] 0,50; p <0,001). Não houve diferença estatisticamente significativa de sobrevida global entre o braço pembrolizumab em comparação com o braço de quimioterapia.

Em 2014 pembrolizumab recebeu aprovação acelerada para o tratamento de pacientes que progrediram ao uso de ipilimumab e a inibidores de BRAF, no caso de pacientes mutados. Agora, dois novos ensaios clínicos ampliam o corpo de evidências e confirmam os benefícios clínicos de pembrolizumab na primeira linha terapêutica em pacientes com melanoma irressecável ou metastático.

O perfil de segurança do anti PD-1 pembrolizumab foi consistente com dados de estudos anteriores. Reações adversas imunomediadas incluíram pneumonia, colite, hepatite, doenças endócrinas e nefrite. Outras reações imunomediadas clinicamente significativas foram artrite, dermatite esfoliativa, uveíte, miosite, síndrome de Guillain-Barre, miastenia grave, vasculite, pancreatite, anemia hemolítica e focos inflamatórios no parênquima cerebral. Os eventos adversos mais comuns relatados incluíram fadiga, prurido, erupção cutânea, obstipação, náuseas, diarréia e diminuição do apetite.

Referências:

http://www.fda.gov/Drugs/InformationOnDrugs/ApprovedDrugs/ucm478493.htm