A U.S Food and Drug Administration (FDA) aprovou osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) para pacientes adultos com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em estágio III localmente avançado e irressecável que não apresentaram progressão da doença durante ou após a quimiorradioterapia à base de platina e cujos tumores apresentam deleções do éxon 19 do EGFR ou mutações do éxon 21 L858R. Publicada no dia 25 de setembro, a decisão é baseada nos resultados do ensaio clínico LAURA, apresentado no ASCO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM).
O estudo global de fase 3 LAURA (NCT03521154), duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, buscou avaliar a eficácia e segurança de osimertinibe, no CPCNP EGFRm com doença estágio III, irressecável, sem progressão após quimiorradioterapia (QRT) definitiva baseada em platina.
Os participantes (n=216) foram randomizados (2:1) para receber osimertinibe (80 mg por via oral uma vez ao dia) ou placebo até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. A sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada por revisão central independente cega foi o endpoint primário do estudo. A sobrevida global (SG) foi um endpoint adicional.
Os resultados demonstraram que osimertinibe conferiu um benefício de SLP estatisticamente significativo em comparação com placebo, com uma razão de risco de 0,16 (intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,10–0,24; P<.001). A mediana de SLP foi de 39,1 meses (IC de 95%, 31,5 meses a não estimável) no grupo osimertinibe versus 5,6 meses (IC de 95%, 3,7–7,4 meses) no grupo placebo. Os resultados de sobrevida global não estavam maduros no momento da análise final.
"Com base nesses resultados, osimertinibe se tornará o novo padrão de tratamento para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado após quimiorradiação definitiva", disse Suresh Ramalingam, do Winship Cancer Institute da Emory University em Atlanta, durante o ASCO 2024. "O teste de mutação do EGFR deve ser conduzido para pacientes com doença em estágio III para que os pacientes alcancem resultados ideais", ressaltou.
As reações adversas mais comuns, que ocorreram em pelo menos 20% dos pacientes e incluíram anormalidades laboratoriais, foram linfopenia, leucopenia, doença pulmonar intersticial/pneumonite, trombocitopenia, neutropenia, rash cutâneo, diarreia, toxicidade ungueal, dor musculoesquelética, tosse e COVID-19.
Eventos adversos graves foram mais frequentes no grupo osimertinibe. Pneumonite por radiação ocorreu em 48% das pessoas no grupo osimertinibe em comparação com 38% das pessoas no grupo placebo. A descontinuação devido a eventos adversos ocorreu em 13% dos pacientes no grupo osimertinibe versus 5% no grupo placebo.
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