A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu o status de revisão prioritária ao Pedido de Licença Biológica Suplementar (sBLA) para durvalumabe (Imfinzi®, AstraZeneca) no tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) em estágio limitado cuja doença não progrediu após quimiorradioterapia concomitante à base de platina (cCRT). A decisão é baseada nos resultados positivos do estudo de Fase 3 ADRIATIC, apresentado em sessão plenária no ASCO 2024.
ADRIATIC é um estudo multicêntrico, global, de Fase 3, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo que avalia a monoterapia com durvalumabe e durvalumabe mais tremelimumabe (Imjudo®, Astrazeneca) versus placebo no tratamento de 730 pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado que não progrediram após cCRT. Nos braços experimentais, os pacientes foram randomizados para receber uma dose fixa de 1500 mg de durvalumabe com ou sem tremelimumabe 75 mg a cada quatro semanas por até quatro doses/ciclos cada, seguido por durvalumabe a cada quatro semanas por até 24 meses.
Os endpoints primários duplos foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) para monoterapia com durvalumabe versus placebo. Os endpoints secundários principais incluíram SG e PFS para durvalumabe mais tremelimumabe versus placebo, medidas de segurança e qualidade de vida. O estudo incluiu 164 centros em 19 países na América do Norte e do Sul, Europa e Ásia.
No estudo, durvalumabe reduziu o risco de morte em 27% em comparação com placebo (razão de risco [HR] de sobrevida global [SG] de 0,73; [IC] de 95% 0,57-0,93; p=0,0104). A mediana estimada de SG foi de 55,9 meses para durvalumabe (IC de 95% 37,3-não estimável [NE]) versus 33,4 meses para placebo (IC de 95% 25,5-39,9). Estima-se que 57% dos pacientes tratados com durvalumabe estavam vivos em três anos, em comparação com 48% com placebo.
Durvalumabe também reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 24% (com base em uma sobrevida livre de progressão [SLP] HR de 0,76; IC de 95% 0,61-0,95; p=0,0161) versus placebo. A mediana de SLP foi de 16,6 meses para durvalumabe (IC de 95% 10,2-28,2) versus 9,2 meses para placebo (IC de 95% 7,4-12,9). Estima-se que 46% dos pacientes tratados com durvalumabe não apresentaram progressão da doença em dois anos, em comparação com 34% no placebo.
No geral, o perfil de segurança de durvalumabe foi manejável e consistente com o perfil conhecido do medicamento, sem novos sinais de segurança.
"Esta revisão prioritária reforça o potencial de durvalumabe para transformar os resultados para os pacientes como a primeira e única imunoterapia a demonstrar um benefício de sobrevida no câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado. Há uma necessidade urgente de novas opções de tratamento que melhorem o padrão de atendimento neste cenário, que não mudou em quarenta anos”, observou Susan Galbraith, vice-presidente executiva de P&D em oncologia da AstraZeneca.