Onconews - Gerenciando desafios de saúde sexual em sobreviventes do câncer de mama

Disfunções sexuais induzidas por tratamentos do câncer de mama podem prejudicar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Estudo multicêntrico italiano publicado na The Breast resume as atuais intervenções farmacológicas e não farmacológicas disponíveis para o tratamento das disfunções sexuais em pacientes e sobreviventes de câncer de mama.

A disfunção sexual e, em particular, a síndrome geniturinária da menopausa (GSM), representa uma das principais causas de comprometimento da qualidade de vida entre pacientes com câncer de mama, afetando potencialmente a adesão ao tratamento. Diferentemente da população em geral, que tem sintomas relacionados com o hipoestrogenismo tipicamente controlados pela administração sistêmica ou tópica de estrogênios, esta abordagem é contraindicada em pacientes com câncer de mama devido ao potencial aumento do risco de recorrência da doença.

“Atualmente estima-se que, em até 20% dos casos, o tratamento endócrino (TE) adjuvante é interrompido prematuramente devido ao surgimento de eventos adversos ginecológicos”, descrevem os autores. “Assim, as diretrizes internacionais recomendam que pacientes com câncer de mama realizem consultas regulares de acompanhamento ginecológico, visando a identificação precoce e o tratamento multimodal dos sintomas de saúde sexual”, destacam.

A revisão lembra que vários estudos investigaram o papel das terapias hormonais locais no manejo da GSM. A prescrição de ospemifeno pode ser considerada para o tratamento dos sintomas da GSM em pacientes com histórico de câncer de mama que completaram todos os tratamentos ativos. Já os produtos vaginais que contêm estrogênio representam, em sua maioria, uma opção de segunda linha.

Os autores sublinham que agentes não hormonais devem ser preferidos para o manejo da GSM em pacientes com câncer de mama, incluindo supositórios vaginais de vitamina D e vitamina E, hidratantes e lubrificantes vaginais, lidocaína vaginal e terapia a laser intravaginal.

A íntegra do artigo está disponível na The Breast em acesso aberto.