Onconews - Estudo questiona valor da evidência de guidelines do NCCN

GuidelinesEstudo retrospectivo que avaliou 47 moléculas aprovadas pela agência reguladora Food and Drug Administration e recomendadas por guidelines de conduta do National Comprehensive Cancer Network sustenta que o NCCN faz recomendações com fraco valor de evidência em seus guidelines. Os resultados foram publicados no British Medical Journal.

O estudo avaliou todas as recomendações do NCCN a partir de 25 de março de 2016 e examinou 47 medicamentos aprovados pela FDA entre 2011 e 2015 para o tratamento de tumores sólidos e malignidades hematológicas em adultos. Quando o NCCN fez recomendações além das indicações aprovadas pela FDA, a recomendação foi classificada, assim como a força dessa evidência.

Resultados

Os 47 medicamentos foram autorizados para 69 indicações aprovadas pela FDA, enquanto o NCCN recomendou esses medicamentos para 113 indicações, das quais 69 (62%) se sobrepuseram às aprovações da FDA e 44 (39%) foram recomendações adicionais, que extrapolaram as indicações. Entre as recomendações adicionais, 13 (29%) “removiam o tratamento prévio, 7(16%) removiam o tratamento concomitante, 2 (4%) permitiam uma nova combinação e 14 (32%) indicavam o tratamento para uma malignidade diferente”, diz o artigo publicado no BMJ.

Para os autores, esses achados mostram que o NCCN recomenda frequentemente além das indicações aprovadas pela FDA, mesmo para medicamentos mais novos. “A força da evidência citada pelo NCCN que apoia tais recomendações é fraca. Nossas descobertas suscitam preocupação de que a NCCN justifique a cobertura de medicamentos contra o câncer, tóxicos e onerosos, com base em evidências fracas”, escrevem.

A íntegra do estudo está disponível, em acesso aberto.

Referência: Frequency and level of evidence used in recommendations by the National Comprehensive Cancer Network guidelines beyond approvals of the US Food and Drug Administration: retrospective observational study - BMJ 2018; 360 doi: https://doi.org/10.1136/bmj.k668 (Published 07 March 2018) Cite this as: BMJ 2018;360:k668