Análise atualizada do estudo de fase 3 HIMALAYA mostrou benefício sustentado de sobrevida global do tratamento com tremelimumabe mais durvalumabe (regime STRIDE) em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável. “As taxas de sobrevida global em quatro anos foram de 25,2% com STRIDE versus 15,1% com sorafenibe”, destacaram os autores. Os resultados foram publicados no Annals of Oncology e representam o acompanhamento mais longo até o momento em estudos de fase 3 no carcinoma hepatocelular irressecável.
No estudo de Fase 3 HIMALAYA (NCT03298451) em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável (uHCC), o regime STRIDE (Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab) melhorou significativamente a sobrevida global (SG) em comparação com sorafenibe; a monoterapia com durvalumabe foi não inferior a sorafenibe em termos de SG. Agora, foram relatados no Annals of Oncology os resultados de uma análise de sobrevida global de quatro anos.
No estudo, participantes com carcinoma hepatocelular irressecável sem tratamento sistêmico prévio foram randomizados para receber STRIDE (n=393), durvalumabe (n=389) ou sorafenibe (n=389). O cut-off de dados atualizados foi 23 de janeiro de 2023. A sobrevida global e os eventos adversos graves (EAs) foram avaliados. Além disso, as características basais e as terapias subsequentes foram analisadas em sobreviventes de longo prazo (≥36 meses após a randomização).
Resultados
Para STRIDE, durvalumabe e sorafenibe, A mediana de acompanhamento (IC 95%) foi de 49,12 meses para STRIDE (46,95-50,17), 48,46 meses para durvalimabe (46,82-49,81) e 47,31 meses para sorafenibe (45,08-49,15). O hazard ratio (IC 95%) de sobrevida global para STRIDE versus sorafenibe foi de 0,78 (0,67-0,92). A taxa de sobrevida global em 36 meses para STRIDE foi de 30,7% versus 19,8% para sorafenibe. A taxa de sobrevida global em 48 meses permaneceu mais alta para STRIDE em 25,2%, versus 15,1% para sorafenibe.
O benefício de sobrevida global em longo prazo do STRIDE foi observado em subgrupos clinicamente relevantes e melhorou ainda mais nos participantes que alcançaram o controle da doença. Os sobreviventes de longo prazo com STRIDE (n = 103) incluíram participantes de subgrupos clinicamente relevantes e 57,3% (59/103) não relataram terapia antineoplásica subsequente. Nenhum novo evento adverso grave relacionado ao tratamento ocorreu com STRIDE na análise primária (17,5%; 68/388). Durvalumabe manteve a não inferioridade da sobrevida global em relação a sorafenibe e não foram identificados sinais de segurança de início tardio.
“As taxas sem precedentes de sobrevida global em três e quatro anos reforçam o benefício sustentado de SG a longo prazo do STRIDE versus sorafenibe. O STRIDE manteve um perfil de segurança tolerável, porém diferenciado, de outras terapias atuais de carcinoma hepatocelular irressecável. Os resultados continuam a apoiar os benefícios a longo prazo do STRIDE numa população diversificada”, concluíram os autores.
Referência: B. Sangro, S.L. Chan, R.K. Kelley, A. Negro, G.K. Abou-Alfa for the HIMALAYA investigators. Four-year overall survival update from the phase III HIMALAYA study of tremelimumab plus durvalumab in unresectable hepatocellular carcinoma. Open Access. Published: February 19, 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.annonc.2024.02.005