Análise de subgrupo do estudo de fase 3 HIMALAYA apresentada no ESMO GI  por Lorenza Rimassa (foto) mostrou resultados da combinação de durvalumabe e tremelimumabe em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável de etiologia não viral com comorbidades cardiovasculares ou metabólicas. Os resultados continuam a apoiar o esquema STRIDE (Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab), com maiores taxas de sobrevida global em 36 e 48 meses em relação ao controle, sem novos sinais de segurança.

Na análise de 4 anos do HIMALAYA, o regime STRIDE sustentou benefício de sobrevida global (SG) versus sorafenibe (S) e mostrou melhora adicional em participantes que alcançaram o controle da doença (Sangro et al. Ann Oncol 2024). Comorbidades cardiovasculares (CV) e metabólicas (MB) são frequentemente encontradas em pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) irressecável  e podem impactar as opções de tratamento e os resultados.

Nesta análise de subgrupos, dados de comorbidades foram baseados no histórico médico relatado na linha de base e qualificado usando termos preferenciais de CV ou MB. Pacientes com  mais de 1 comorbidade foram contabilizados uma só vez. A SG de acordo com a comorbidade foi avaliada no conjunto completo de análise (FAS, na sigla em inglês, compreendendo todos os pacientes randomizados para STRIDE, Durvalumabe (D) ou Sorafenibe (S), incluindo sobreviventes de longo prazo (LTS vivos ≥36 meses após a randomização). Razão de risco (HRs) de SG dentro de cada braço de análise e ICs de 95% foram estimados usando os modelos de Cox não estratificados. A segurança foi avaliada no conjunto de análise de segurança (SAS; pacientes que receberam ≥1 dose do medicamento do estudo). O corte de dados foi 23 de janeiro de 2023.

Os resultados apresentados no ESMO GI mostram que a hipertensão (HT) foi a comorbidade cardiovascular mais comum (STRIDE, 212 [54%]; D, 163 [42%]; S, 197 [51%]) e o diabetes tipo 2 (DM2) foi a comorbidade metabólica mais comum (STRIDE, 141 [36%]; D, 104 [27%]; S, 110 [28%]).

No braço STRIDE, as HRs de SG (IC de 95%) em pacientes com vs sem CMs foram 0,86 (0,68–1,08) para CMs CV e 1,16 (0,92–1,47) para CMs MB (Tabela). As taxas de SG de 36 e 48 meses foram maiores com STRIDE vs S em pacientes com CMs (Tabela). Proporções maiores de pacientes com CMs foram sobreviventes de longo prazo com STRIDE vs S (Tabela).

Em relação à segurança, as taxas de eventos adversos sérios relacionados ao tratamento (TRAEs) no esquema STRIDE foram semelhantes em pacientes com CMs (21%) e todos os pacientes no SAS (18%).

“STRIDE continuou a demonstrar benefício de SG em um subgrupo bem definido de pacientes com etiologia não viral. As taxas de SG em 36 e 48 meses permaneceram mais altas em pacientes tratados com STRIDE versus S, sem novos sinais de segurança observados”, concluem os autores. “ À medida que as taxas de etiologia não viral para CHC aumentam globalmente, esses dados reforçam ainda mais os benefícios do STRIDE em uma população diversa consistente com CHC irressecável”, analisam.

Identificação do ensaio clínico: NCT0329845.

 

STRIDEN=393

DN=389

SN=389

   

CV (n=216)

MB (n=159)

CV (n=172)

MB (n=130)

CV (n=207)

MB (n=135)

 

OS HR (95% CI) in pts with vs without CMs

0.86 (0.68–1.08)

1.16 (0.92–1.47)

0.98 (0.78–1.23)

1.05 (0.83–1.33)

0.93 (0.74–1.16)

0.86 (0.68–1.08)

Landmark OS, % (95% CI)

      

36-mo

33 (27–39)

26 (19–33)

24 (18–31)

22 (15–30)

19 (14–24)

21 (14–29)

48-mo

28 (22–34)

20 (14–27)

19 (13–25)

16 (10–24)

15 (10–21)

16 (10–23)

LTS, n (%)

61 (28)

36 (23)

33 (19)

21 (16)

34 (16)

21 (16)

HT,* n/N (%)

61/212 (29)

32/163 (20)

34/197 (17)

T2DM,† n/N (%)

31/141 (22)

17/104 (16)

17/110 (15)

Serious TRAEs, n/N (%) ‡

45/215 (21)

33/157 (21)

12/172 (7)

16/132 (12)

19/201 (10)

14/131 (11)

Percent calculated of pts with *HT, † T2DM, or the ‡ SAS.

 

Referência:

169P - Outcomes by comorbidities (CMs) with tremelimumab (T) and durvalumab (D) in the phase III HIMALAYA study in unresectable hepatocellular carcinoma (uHCC)