Onconews - Imunoterapia adjuvante no câncer de esôfago ou junção gastroesofágica ressecado

Esofago NET OK 2O Fase III CheckMate-577 é o primeiro estudo a demonstrar a eficácia de um inibidor de checkpoint no tratamento adjuvante em pacientes com câncer de esôfago e junção gastroesofágica ressecado que receberam quimiorradioterapia neoadjuvante. Os resultados foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM).

No estudo de Fase III CheckMate-577, global, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, pacientes com câncer de esôfago ou junção gastroesofágica ressecado (R0) estágio II ou III que receberam quimiorradioterapia neoadjuvante e tinham doença patológica residual foram randomizados 2: 1 para nivolumabe (240 mg a cada 2 semanas por 16 semanas, seguido de nivolumabe 480 mg a cada 4 semanas) ou placebo. A duração máxima do período de intervenção experimental foi de 1 ano. O endpoint primário foi a sobrevida livre de doença.

A mediana de acompanhamento foi de 24,4 meses. Entre os 532 pacientes que receberam nivolumabe, a mediana de sobrevida livre de doença foi de 22,4 meses (95% CI, 16,6 a 34,0), em comparação com 11,0 meses (95% CI, 8,3 a 14,3) entre os 262 pacientes que receberam placebo (hazard ratio para recorrência da doença ou morte, 0,69; 96,4% CI, 0,56 a 0,86; P <0,001). A sobrevida livre de doença favoreceu o nivolumabe em vários subgrupos pré-especificados.

Eventos adversos de graus 3 ou 4 relacionados ao tratamento ocorreram em 71 de 532 pacientes (13%) do braço nivolumabe e 15 de 260 pacientes (6%) no braço placebo. O regime do estudo foi descontinuado devido a eventos adversos relacionados ao medicamento ativo ou placebo em 9% dos pacientes no grupo nivolumabe e 3% no grupo placebo.

“Entre os pacientes com ressecção de câncer de esôfago ou junção gastroesofágica que receberam quimiorradioterapia neoadjuvante, a sobrevida livre de doença foi significativamente maior entre aqueles que receberam terapia adjuvante com nivolumabe em comparação com os pacientes que receberam placebo”, concluíram os autores.

O estudo foi financiado pela Bristol Myers Squibb e Ono Pharmaceutical, e está registrado em ClinicalTrials.gov, NCT02743494.

Referência: Adjuvant Nivolumab in Resected Esophageal or Gastroesophageal Junction Cancer - N Engl J Med 2021; 384:1191-1203 - DOI: 10.1056/NEJMoa2032125