O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica para produção e divulgação de conhecimentos científicos sobre dispositivos eletrônicos para fumar. A agenda comum busca fortalecer as políticas públicas de controle do tabagismo e contrapor o marketing da indústria tabageira com dados científicos acerca dos danos causados à saúde pelo cigarro eletrônico. A primeira reunião conjunta ocorreu terça-feira, 10 de setembro.
Foto: Luan Citele/INCA
“O compromisso do INCA e da Fiocruz é com a ciência. Estamos alimentando todos os interlocutores com evidências de que esses produtos [dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs)] fazem muito mal e vamos produzir ainda mais dados”, afirmou o diretor-geral do INCA, Roberto Gil. Ele destacou que a sustentabilidade do sistema de saúde depende do enfrentamento dos fatores de risco de doenças crônicas, como o tabagismo. “A conta chega lá na frente. Por isso temos que agir agora”, ressaltou.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, enfatizou o apoio da instituição à decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir os DEFs no Brasil e considera que a ideia de regulamentação do uso desses produtos atende a interesses apenas do mercado, e não da população e da saúde pública. “A Fiocruz e o INCA são instituições estratégicas nesse debate. Vamos trabalhar juntos para exercer nosso papel técnico na geração de mais evidências científicas sobre a extensão dos malefícios desses dispositivos eletrônicos sobre a saúde humana, especialmente a dos jovens, que têm sido tão impactados”, destacou Moreira.
Especialistas das duas instituições vão manter um grupo permanente de trabalho para a produção de dados científicos e econômicos sobre o potencial impacto negativo da inserção dos DEFs no mercado.