Onconews - INSIGHT 2 mostra atividade clínica da combinação de tepotinib e osimertinibe no CPCNP

Análise primária do estudo de fase II INSIGHT 2 que avalia o inibidor de MET  tepotinib mais osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com mutação de EGFR e amplificação de MET mostrou que a combinação resultou em atividade clinicamente significativa, com taxa de resposta de 50% e perfil de segurança aceitável.

Pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR e amplificação de MET como mecanismo de resistência a osimertinibe de primeira linha têm poucas opções de tratamento. Neste estudo aberto de fase 2 (NCT03940703) conduzido em 179 centros acadêmicos e clínicas comunitárias em 17 países, o objetivo foi avaliar o inibidor de MET tepotinib combinado a osimertinibe nessa população de pacientes.

Foram inscritos pacientes adultos (≥ 18 anos) com bom status de desempenho segundo critérios do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG 0 ou 1), com CPCNP avançado ou metastático com mutação EGFR de qualquer histologia, com amplificação de MET por hibridização in situ por fluorescência a partir de biópsia de tecido (FISH; número de cópias do gene MET ≥5 ou razão MET-para-CEP7 ≥2) ou sequenciamento de próxima geração em biópsia líquida (número de cópias do gene plasmático MET ≥2·3), após progressão a osimertinibe de primeira linha.

Os pacientes elegíveis receberam tepotinib oral 500 mg mais osimertinibe oral 80 mg uma vez ao dia. O desfecho primário foi a resposta objetiva avaliada de forma independente em pacientes com amplificação de MET por FISH central tratados com tepotinib mais osimertinibe com pelo menos 9 meses de acompanhamento. A segurança foi analisada em pacientes que receberam pelo menos uma dose do medicamento do estudo.

Entre fevereiro de 2020 e novembro de 2022, foram inscritos 128 pacientes, 58% mulheres, que iniciaram o tratamento experimental. A população da análise de atividade primária incluiu 98 pacientes com amplificação de MET confirmada por FISH central, osimertinibe de primeira linha anterior e pelo menos 9 meses de acompanhamento (mediana de 12,7 meses [IQR 9,9–20,3]). A taxa de resposta objetiva confirmada com a combinação de tepotinib e osimertinibe foi de 50,0% (IC de 95% 39,7–60,3; 49 de 98 pacientes).

Em relação à segurança, os autores descrevem que eventos adversos de grau ≥3 mais comuns relacionados ao tratamento experimental foram edema periférico (seis [5%] de 128 pacientes), diminuição do apetite (cinco [4%]), intervalo QT prolongado (cinco [4%]) e pneumonite (quatro [3%]). Eventos adversos graves relacionados ao tratamento foram relatados em 16 (13%) pacientes. Mortes de quatro (3%) pacientes foram avaliadas como potencialmente relacionadas a qualquer um dos medicamentos do estudo, sendo dois casos (2%) por pneumonite, um (1%) por diminuição da contagem de plaquetas e um (1%) por insuficiência respiratória e dispneia.

“Tepotinib mais osimertinibe mostrou atividade promissora e segurança aceitável em pacientes com CPCNP com mutação de EGFR e amplificação de MET como mecanismo de resistência a osimertinibe de primeira linha, sugerindo uma opção potencial de terapia-alvo oral poupadora de quimioterapia”, concluem os autores, que recomendam novos estudos sobre a combinação nesse cenário de tratamento.

Referência:

DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(24)00270-5