Fernanda Hayashida Yoshimoto (foto), residente de Radioterapia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, é primeira autora de estudo que avaliou a possível interação entre radioterapia e inibidores de ciclinas (CDK) no cenário adjuvante em pacientes com câncer de mama inicial RH-positivo/HER2-negativo, investigando a toxicidade e o sequenciamento do tratamento. Os resultados foram publicados no periódico Current Oncology Reports, em artigo que tem o radio-oncologista Samir Hanna como autor sênior.
“O uso sequencial de radioterapia antes dos inibidores da quinase dependente de ciclina (CDK) em mulheres com câncer de mama inicial parece razoável e com baixa taxa de toxicidade”, observam os autores.
Resultados
Os inibidores de CDK foram estudados em pacientes com câncer de mama localizado e podem melhorar os resultados de sobrevida livre de doença invasiva. Em relação ao tempo de radioterapia, todos os ensaios utilizaram inibidores de CDK após a radioterapia. Interrupções nos inibidores de CDK devido a eventos adversos foram realizadas em 27,1% no Pallas, 17,5% no Penelope-B e 16,6% nos ensaios Monarch-E. Os dados do ensaio Natalee ainda não foram divulgados. O principal evento adverso grau III foi a neutropenia, com boa resolução dos sintomas ao longo do tempo.
“Os inibidores de CDK aplicados sequencialmente e após radioterapia pós-operatória mostraram baixo perfil de toxicidade aguda e desfechos oncológicos adequados”, concluíram os autores.
O estudo conta ainda com a participação dos radio-oncologistas Cecilia Félix Penido Mendes de Sousa e Gustavo Nader Marta.
Referência: Fernanda Hayashida Yoshimoto, Cecilia Félix Penido Mendes de Sousa, Gustavo Nader Marta & Samir Abdallah Hanna. Integration of Postoperative Radiation Therapy with Cyclin-Dependent Kinase (CDK) Inhibitors. Curr Oncol Rep (2023). https://doi.org/10.1007/s11912-023-01444-y