Onconews - Mapeamento do linfonodo sentinela melhora detecção de linfonodo para-aortico isolado positivo no câncer endometrial

Análise retrospectiva que avaliou o impacto do mapeamento de linfonodo sentinela (SLN) no risco de metástase isolada de linfonodo para-aórtico positivo mostrou que o protocolo SLN prevê com precisão o status linfonodal e pode diminuir o risco de falha na identificação de metástase de linfonodo para-aórtico isolado em comparação com a linfadenectomia sistemática. O estudo tem como primeira autora a médica Jacqueline Menezes (foto) e participação de Glauco Baiocchi, chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do AC Camargo Cancer Center, que assina como autor sênior e autor correspondente.

A ocorrência de metástase isolada de linfonodo para-aórtico no câncer endometrial é um evento incomum, variando de 1% a 3%. Neste estudo, os pesquisadores avaliaram retrospectivamente uma série de 426 pacientes submetidos ao mapeamento de SLN com pelo menos um SLN detectado de janeiro de 2013 a dezembro de 2021 (grupo SLN). O grupo SLN foi comparado com uma série histórica de 209 casos de pacientes submetidos à linfadenectomia pélvica e para-aórtica sistemática entre junho de 2007 e abril de 2015 (grupo LND). Recorrências isoladas de metástase de linfonodo para-aórtico foram incluídas na análise do grupo SLN.

Os resultados foram relatados no International Journal of Gynecological Cancer. No grupo SLN, 168 casos (39,4%) tiveram linfadenectomia sistemática de backup, e 56 (13,1%) tiveram linfonodos positivos em comparação com 34 (16,3%) no grupo LND (p=0,18). Os autores descrevem que o grupo SLN teve maiores taxas de cirurgias minimamente invasivas (p<0,001) e presença de invasão do espaço linfovascular (p<0,001). Além disso, o grupo SLN teve menor ocorrência de outros fatores de risco uterinos, como tumores de alto grau (p<0,001) e invasão miometrial profunda (p<0,001).

“Descobrimos que o SLN foi mapeado fora da pelve nas áreas pré-sacral, ilíaca comum e para-aórtica em 2,8% (n=12), 11,5% (n=49) e 1,6% (n=7) dos casos, respectivamente. No geral, 52 (12,2%) pacientes apresentaram SLNs positivos, e 3 (5,7%) SLNs positivos foram encontrados fora da pelve — um na região pré-sacral, um na área ilíaca comum e um na região para-aórtica. Um linfonodo para-aórtico isolado foi encontrado em apenas 2 (0,5%) casos no grupo SLN, em comparação com 7 (3,3%) casos no grupo LND (p=0,004)”, revela a pesquisa.

Em conclusão, o protocolo SLN prevê com precisão o status do linfonodo e pode diminuir o risco de falha na identificação de metástase de linfonodo para-aórtico isolado em comparação com a linfadenectomia sistemática.

Além de Glauco Baiocchi e Jacqueline Nunes Menezes, atualmente médica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o estudo tem participação de Bruna Tirapelli Gonçalves, Carlos Chaves Faloppa, Lillian Yuri Kumagai, Levon Badiglian Filho, Graziele Bovolim, Andrea Paiva Gadelha Guimarães e Louise De Brot.

Referência:

Menezes JN, Tirapelli Gonçalves B, Faloppa CC, Kumagai LY, Badiglian-Filho L, Bovolim G, Guimarães APG, De Brot L, Baiocchi G. Sentinel node mapping decreases the risk of failed detection of isolated positive para-aortic lymph node in endometrial cancer. Int J Gynecol Cancer. 2024 Aug 7:ijgc-2024-005778. doi: 10.1136/ijgc-2024-005778. Epub ahead of print. PMID: 39117377.