Revisão sistemática e meta-análise avaliando a eficácia e a segurança dos inibidores de PD-1/PD-L1 no carcinoma de células de Merkel (MCC) revela que pacientes com MCC tratados com bloqueio de PD-1/PD-L1 apresentaram respostas duráveis, com desfechos de sobrevida contínuos e clinicamente significativos. Os resultados estão na BMC Cancer, em artigo que tem como primeiro autor o pesquisador Francisco Cezar Aquino de Moraes (foto), da Universidade Federal do Pará.
O carcinoma de células de Merkel (MCC) é um câncer de pele neuroendócrino raro e agressivo, caracterizado por altas taxas de metástase. Evidências emergentes sugerem que o bloqueio de PD-L1/PD1 é uma promissora opção de tratamento para MCC. Nesta revisão sistemática, os pesquisadores consideraram as bases de dados da PubMed, Cochrane e Embase para avaliar estudos com pacientes com MCC submetidos ao tratamento com inibidores de PD-1/PD-L1. Os resultados foram taxa de resposta global (ORR), taxa de controle da doença (DCR), sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG), além de eventos adversos relacionados ao tratamento (EAs).
Foram incluídos 14 relatórios de 13 estudos diferentes, abrangendo 615 pacientes, com idade mediana de 64 a 77 anos. O acompanhamento mediano variou de 7,9 meses a 59,3 meses. Os resultados mostram que as taxas de SG agrupadas em 24 e 36 meses foram de 65,05% (IC de 95% 44,04–81,49) e 59,58% (IC de 95% 39,62–76,81), respectivamente, enquanto as taxas de SLP agrupadas em 6, 12 e 36 meses foram respectivamente de 51,78% (IC de 95% 37,83–65,45), 46,12% (IC de 95% 29,44–63,72) e 28,73% (IC de 95% 16,57–45,02). A proporção de DCR foi de 61,65% (IC de 95% 54,85–68,03) e a ORR foi de 53,79% (IC de 95% 47,80–59,68).
Em relação à segurança, a frequência de EAs de qualquer grau foi de 61,72% (IC de 95% 45,75–75,51) e para EAs de grau ≥ 3 foi de 17,60% (IC de 95% 12,28 a 24,57).
Em conclusão, esses resultados mostram que pacientes com MCC em tratamento com PD-1/PDL-1 apresentaram respostas duráveis com resultados de sobrevida contínuos e clinicamente significativos. “A taxa de controle da doença foi de 61,65% (IC de 95% 54,85 a 68,03) e a taxa de resposta global foi de 53,79% (IC de 95% 47,80 a 59,68). Esses achados ressaltam o potencial de inibidores de PD-1/PD-L1 para exercer um efeito terapêutico mais pronunciado em pacientes com carcinoma de células de Merkel”, analisam os autores.
A íntegra do artigo de Moraes e colegas está disponível na BMC Cancer em acesso aberto.
Referência:
de Moraes, F., Kreuz, M., de Lara, I. et al. Efficacy and safety of PD-1/PD-L1 inhibitors in patients with Merkel Cell Carcinoma: a systematic review and Meta-analysis. BMC Cancer 24, 1357 (2024). https://doi.org/10.1186/s12885-024-13129-1