Análise post hoc do estudo PAOLA-1/ENGOT-ov25 (NCT02477644) avaliou a eficácia da primeira terapia subsequente em pacientes com câncer de ovário avançado que receberam manutenção de primeira linha com olaparibe. Os resultados publicados no Annals of Oncology sugerem que o momento da progressão da doença pode impactar a eficácia da quimioterapia à base de platina subsequente.
“O uso da terapia de manutenção com inibidores de PARP em primeira linha está aumentando no câncer de ovário avançado, o que reforça a importância de entender a eficácia da primeira terapia subsequente (FST) em pacientes que apresentam progressão da doença no cenário de primeira linha”, afirma os autores.
Esta análise post hoc avaliou a eficácia da quimioterapia subsequente após a progressão da doença, avaliando o tempo da primeira terapia subsequente até a segunda terapia subsequente (SST) conforme o momento da progressão da doença, se durante ou após a manutenção de primeira linha com olaparibe, e o tipo da primeira terapia subsequente. Um modelo multivariado de Cox foi usado no braço olaparibe mais bevacizumabe para identificar fatores prognósticos que influenciam a eficácia da quimioterapia subsequente.
Resultados
De 806 pacientes randomizados, 544 (67,5%) progrediram e receberam quimioterapia subsequente. O tempo mediano da primeira terapia subsequente até a segunda terapia subsequente foi menor em pacientes no braço olaparibe mais bevacizumabe que progrediram durante a manutenção de primeira linha com olaparibe (6,1 meses) do que naqueles que progrediram após a manutenção de primeira linha com olaparibe (11,4 meses).
A análise multivariada indicou que a progressão após (versus durante) a manutenção de primeira linha com olaparibe influenciou o tempo da primeira para a segunda terapia subsequente (razão de risco 0,65, IC de 95% 0,50-0,84; P=0,0011) independentemente do intervalo sem platina ou risco clínico. Entre os pacientes que progrediram e receberam quimioterapia à base de platina com um inibidor de PARP como primeira terapia subsequente, a eficácia das terapias subsequentes também foi dependente do momento da progressão, se durante versus após a manutenção de primeira linha com olaparibe.
Em síntese, os resultados indicam que o momento da progressão da doença em relação à manutenção de primeira linha com olaparibe pode impactar a eficácia da quimioterapia subsequente à base de platina. “Embora os resultados devam ser interpretados com cautela, em todos os subgrupos, incluindo pacientes que receberam quimioterapia à base de platina com reintrodução do inibidor de PARP como primeira terapia subsequente, o tempo mediano da primeira para a segunda terapia subsequente foi maior se a progressão ocorreu após versus durante a manutenção de primeira linha com olaparibe”, concluíram os autores.
Referência:
Efficacy of subsequent therapies in patients with advanced ovarian cancer who relapse after first-line olaparib maintenance: results of the PAOLA-1/ENGOT-ov25 trial. Harter, P. et al. Annals of Oncology, Volume 0, Issue 0