Onconews - Microbiota intestinal é preditiva da toxicidade gastrointestinal aguda induzida por radioterapia em pacientes com câncer de próstata

Estudo de coorte caracterizou a microbiota intestinal de 215 pacientes consecutivos com câncer de próstata no início da radioterapia e mostrou que o perfil de bactérias intestinais pode ser usado para melhorar a avaliação do risco de toxicidade gastrointestinal pré-radioterapia nessa população de pacientes. A partir dos resultados, o trabalho propõe uma árvore de decisão clínica que pode auxiliar a estabelecer protocolos personalizados de tratamento.

Além da dose de radioterapia, a busca por fatores que podem identificar pacientes com maior risco de desenvolver toxicidade induzida por radioterapia é essencial para estabelecer protocolos de tratamento capazes de melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes. Neste estudo, o objetivo foi investigar o papel da microbiota intestinal no desenvolvimento de toxicidade gastrointestinal induzida por radioterapia, considerando 136 pacientes consecutivos na coorte de pesquisa e 79 na coorte de validação, inscritos entre 2017 e 2019.

A toxicidade gastrointestinal foi avaliada semanalmente durante a RT usando o Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE). Uma nota média >1,3 ao longo dos intervalos de tempo pré especificados foi usada para identificar pacientes que sofrem de toxicidade aguda persistente (endpoint primário). A microbiota dos pacientes foi quantificada a partir das amostras fecais de base usando a tecnologia de sequenciamento do gene 16S rRNA e o pipeline metagenômico Ion Reporter.

A análise da composição bacteriana central na coorte de pesquisa revelou um grupo de pacientes significativamente enriquecidos para toxicidade, exibindo uma taxa de toxicidade de 60%. “Com base em características selecionadas da microbiota de alto risco, desenvolvemos uma árvore de decisão clínica que pode prever efetivamente o risco de toxicidade com base na abundância relativa dos gêneros Faecalibacterium, Bacteroides, Parabacteroides, Alistipes, Prevotella e Phascolarctobacterium em coortes de validação interna e externa”, descrevem os autores.

Em síntese, os resultados de Iacovacci e colegas mostram que uma baixa diversidade da microbiota intestinal é um indicador de risco clínico de efeitos colaterais GI induzidos por radioterapia durante o tratamento. “Até onde sabemos, relatamos o estudo mais extenso que investiga se o microbioma intestinal no início da RT está associado ao desenvolvimento de toxicidade GI aguda em um ambiente clínico, com dados de 215 pacientes consecutivos com CaP inscritos entre 2017 e 2019 que receberam RT exclusiva de alta dose ou pós-prostatectomia”.

A íntegra do estudo está disponível em acesso aberto.

Referência:

DOI: https://doi.org/10.1016/j.ebiom.2024.105246

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