Onconews - Padrão alimentar pró-inflamatório e risco de câncer de mama total e por subtipos entre mulheres norte-americanas

Pontuações mais altas do Padrão Empírico de Inflamação da Dieta foram associadas a um risco modestamente aumentado de câncer de mama, que foi mais pronunciado para tumores receptor hormonal negativo e basal-like. “Esses resultados apoiam a hipótese de que a inflamação relacionada à dieta desempenha um papel na etiologia do câncer de mama, particularmente em tumores sem receptores hormonais”, avaliam os pesquisadores em artigo publicado no Journal of the National Cancer Institute (JNCI).

Padrões alimentares que promovem inflamação crônica têm sido associados a certos tipos de câncer. Investigar se esse padrão alimentar está associado ao câncer de mama — onde o papel da inflamação é menos bem definido — pode fornecer insights valiosos e potencialmente melhorar estratégias para prevenir esse câncer.

Nesse estudo, os pesquisadores acompanharam prospectivamente 76.386 mulheres do Nurses' Health Study (NHS, 1984-2018) e 92.886 mulheres do Nurses' Health Study II (NHSII, 1991-2019). A dieta foi avaliada por questionários de frequência alimentar (FFQs) a cada 4 anos, começando na linha de base. O potencial inflamatório da dieta foi avaliado usando o Padrão Empírico de Inflamação da Dieta (do inglês, EDIP - Empirical Dietary Inflammatory Pattern) validado com base na PCR plasmática, IL-6 e TNFα-R2. Pontuações mais altas indicam maior potencial inflamatório alimentar. Razões de risco e ICs de 95% de câncer de mama geral e subtipos foram estimados usando modelos de regressão de Cox ajustados por multivariáveis.

Durante 4.490.842 pessoas-ano de acompanhamento, foram documentados 11.026 casos de câncer de mama. Mulheres no quintil mais alto do EDIP, em comparação com o mais baixo, apresentaram maior risco de câncer de mama (HRQ5vs.Q1=1,12; IC de 95%, 1,05, 1,19; tendência P<0,001). A associação foi mais forte para tumores ER-negativos (HRQ5vs.Q1=1,29; IC de 95%, 1,09, 1,53; tendência P=0,003). Também foi observada que a associação de EDIP com risco de câncer de mama diferiu por subtipo molecular, com a associação mais forte observada em tumores basais (HRQ5vs.Q1=1,80; IC de 95%, 1,20, 2,71; P-tendência=0,004).

“Pontuações mais altas de EDIP foram associadas a um risco modestamente aumentado de câncer de mama, que foi mais pronunciado para tumores de mama ER-negativos e basal-like. Esses resultados apoiam a hipótese de que a inflamação relacionada à dieta desempenha um papel na etiologia do câncer de mama, particularmente em tumores sem receptores hormonais”, concluíram os autores.

Referência:

Andrea Romanos-Nanclares, Walter C Willett, Bernard Rosner, Daniel G Stover, Sagar D Sardesai, Michelle D Holmes, Wendy Y Chen, Rulla M Tamimi, Fred K Tabung, A Heather Eliassen, Proinflammatory Dietary Pattern and Risk of Total and Subtypes of Breast Cancer Among U.S. Women, JNCI: Journal of the National Cancer Institute, 2024;, djae301, https://doi.org/10.1093/jnci/djae301