No estudo POSEIDON de fase 3, a combinação de tremelimumabe de primeira linha mais durvalumabe e quimioterapia melhorou significativamente a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão versus quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático (CPCNPm). Agora, resultados relatados pelos pacientes (PROs) foram publicados online na Lung Cancer, em artigo com participação do oncologista brasileiro Luiz Henrique Araújo (foto), e mostram que o esquema triplo retardou a deterioração dos sintomas, com benefício no desempenho funcional e no estado de saúde global comparado à quimioterapia.
Neste estudo, pacientes com CPCNPm sem tratamento prévio foram randomizados (1:1:1) para tremelimumabe mais durvalumabe e quimioterapia; durvalumabe mais quimioterapia ou quimioterapia. Os resultados relatados pelos pacientes (PROs, de patient reported outcomes) foram endpoints secundários pré-especificados, com base no questionário de qualidade de vida de 30 itens da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer versão 3 (QLQ-C30) e seu módulo de câncer de pulmão (QLQ-LC13). A análise considerou o tempo até a deterioração (TTD) dos sintomas, desempenho funcional e status de saúde global/qualidade de vida (QV), desde a randomização.
Um total de 972/1.013 (96%) pacientes randomizados preencheram os questionários iniciais QLQ-C30 e QLQ-LC13, com pontuações comparáveis entre os braços de tratamento. Os pacientes que receberam tremelimumabe mais durvalumabe e quimioterapia versus quimioterapia tiveram TTD mediano mais longo para todos os itens do PRO. As taxas de risco para TTD favoreceram tremelimumabe mais durvalumabe e quimioterapia para todos os itens, exceto diarreia. Os intervalos de confiança de 95% não ultrapassaram 1,0 para estado de saúde global/QV, funcionamento físico, funcionamento cognitivo, dor, náusea/vômito, insônia, constipação, hemoptise, dispneia e dor em outras partes. Para durvalumabe mais quimioterapia, o TTD mediano foi mais longo versus quimioterapia para todos os itens, exceto náuseas/vômitos e diarreia. As taxas de risco favoreceram durvalumabe mais quimioterapia para todos os itens, exceto perda de apetite. Os intervalos de confiança de 95% não ultrapassaram 1,0 para o estado de saúde global/QV, funcionamento físico, desempenho funcional, dispneia e dor em outras partes. Para ambos os braços de imunoterapia e quimioterapia, as taxas de melhoria em todos os itens do PRO foram numericamente superiores em comparação com a quimioterapia, com odds ratio>1.
“Tremelimumabe mais durvalumabe e quimioterapia retardaram a deterioração dos sintomas, do desempenho funcional e do estado de saúde global/QV em comparação com a quimioterapia. Juntamente com melhorias significativas na sobrevida, esses resultados apoiam tremelimumabe mais durvalumabe e quimioterapia como opção de tratamento de primeira linha no CPCNP metastático”, concluem os autores.
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Referência: https://doi.org/10.1016/j.lungcan.2023.107422