Onconews - Preditores de retorno ao trabalho em pacientes tratados para metástases de SNC

Resultados de longo prazo de estudo norueguês que avaliou pacientes tratados para metástases do Sistema Nervoso Central (SNC) mostram que carga de doença limitada e bom status de desempenho  foram preditores de retorno ao trabalho após o tratamento inicial, revelando que na coorte analisada 50% dos pacientes estavam vivos após 5 anos.

Na última década, inúmeras publicações de pesquisa demonstraram melhora na sobrevida de longo prazo em pacientes com câncer com disseminação metastática limitada, as chamadas oligometástases, em cenários com ou sem disseminação intracraniana. Estudo norueguês buscou compreender os preditores do retorno ao trabalho em pacientes com metástases cerebrais, tratados antes de atingirem a idade legal de aposentadoria, ou seja, com menos de 65 anos.

Nesta análise, foram incluídos pacientes que sobreviveram mais de 2 anos após o primeiro tratamento, independentemente da abordagem (terapia sistêmica, ressecção neurocirúrgica, radioterapia de cérebro inteiro ou estereotáxica). O desfecho primário foi a proporção de pacientes que trabalharam 2 anos após o tratamento inicial para metástases cerebrais. Os resultados além do limite de 2 anos também foram extraídos de registros eletrônicos de saúde.

Os resultados relatados no Journal of Neuro-Oncology mostram que de 455 pacientes que receberam terapia ativa para metástases cerebrais, 62 (14%) sobreviveram por > 2 anos. Vinte e oito tinham menos de 65 anos. A taxa de sobrevida em 5 anos foi de 53%.

Para pacientes vivos após 5 anos, a taxa de sobrevida em 10 anos foi de 54%. Ao diagnóstico, 25% dos pacientes (7 de 28) estavam permanentemente incapacitados para o trabalho/aposentados. Dos 21 pacientes restantes, 33% trabalharam 2 anos depois e 19% continuaram trabalhando a longo prazo. Idade mais jovem, ausência de metástases extracranianas, presença de uma única metástase cerebral e status de desempenho de Karnofsky 90–100 foram características comuns de pacientes que trabalharam após 2 anos.

Os resultados mostram que diferentes estratégias de tratamento iniciais e sequenciais podem levar à sobrevida a longo prazo, assim como revelam que muitos pacientes requerem três ou mais linhas de tratamento direcionado ao cérebro. Nesta análise, cerca de 50% dos pacientes estavam vivos após 5 anos e os preditores de sobrevida a longo prazo foram carga de doença limitada e bom KPS.

A íntegra do estudo está disponível em acesso aberto.

Referência:

Nieder, C., Aanes, S.G., Stanisavljevic, L. et al. Return to work in younger patients with brain metastases who survived for 2 years or more. J Neurooncol (2024). https://doi.org/10.1007/s11060-024-04840-x