Onconews - Quimiorradioterapia definitiva no carcinoma espinocelular de esôfago localmente avançado

Ensaio randomizado de fase 3 que comparou capecitabina ou capecitabina mais oxaliplatina (XELOX) com fluorouracil mais cisplatina (FP) na quimiorradioterapia definitiva no carcinoma espinocelular de esôfago localmente avançado irressecável (ESCC) mostrou que capecitabina ou XELOX não melhoraram a taxa de sobrevida global em 2 anos em relação ao regime FP.

A quimiorradioterapia definitiva (DCRT) tem sido recomendada para pacientes com câncer de esôfago localmente avançado que não são elegíveis para cirurgia ou não desejam se submeter à cirurgia. Diretrizes da National Comprehensive Cancer Network e da European Society for Medical Oncology recomendam vários regimes de quimioterapia como opções para DCRT, incluindo paclitaxel mais carboplatina, fluorouracil mais oxaliplatina e fluorouracil mais cisplatina (FP).

Neste estudo multicêntrico, pacientes foram randomizados para receber dois ciclos de capecitabina, XELOX ou FP concomitante com radioterapia de intensidade modulada. Em cada braço, os pacientes foram novamente randomizados para receber ou não dois ciclos de quimioterapia de consolidação. Os desfechos primários foram a taxa de sobrevida global (SG) em 2 anos e a incidência de eventos adversos (EAs) de grau ≥3.

Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Oncology e mostram que 246 pacientes foram randomizados para os braços capecitabina (n = 80), XELOX (n = 85) e FP (n = 81). Os autores descrevem que a taxa de SG em 2 anos foi de 75%, 66,7% e 70,9% nos braços capecitabina, XELOX e FP, (capecitabina v FP: razão de risco [HR], 0,91 [IC 95%, 0,61 a 1,35]; P nominal = 0,637; XELOX v FP: 0,86 [IC 95%, 0,58 a 1,27]; a SG mediana foi de 40,9 (IC 95%, 34,4 a 49,9), 41,9 (IC 95%, 28,6 a 52,1) e 35,4 (IC 95%, 30,4 a 45,4) meses.

Em relação à segurança, a incidência de EAs de grau ≥3 durante todo o tratamento foi de 28,8%, 36,5% e 45,7%, respectivamente. Comparando a quimioterapia de consolidação com os grupos de quimioterapia de não consolidação, a SG mediana foi de 41,9 (IC 95%, 34,6 a 52,8) versus 36,9 (IC 95%, 28,5 a 44) meses (HR, 0,71 [IC 95%, 0,52 a 0,99]; P nominal = 0,0403).

Esses resultados indicam que capecitabina ou XELOX não melhoraram significativamente a taxa de SG em 2 anos em relação a FP na quimiorradioterapia definitiva para ESCC localmente avançado irressecável. A capecitabina mostrou incidência menor de EAs de grau ≥3 do que FP.

A íntegra do artigo está disponível no JCO em acesso aberto.

Referência: Ruinuo Jia et al., Capecitabine or Capecitabine Plus Oxaliplatin Versus Fluorouracil Plus Cisplatin in Definitive Concurrent Chemoradiotherapy for Locally Advanced Esophageal Squamous Cell Carcinoma (CRTCOESC): A Multicenter, Randomized, Open-Label, Phase 3 Trial. JCO 0, JCO.23.02009 DOI:10.1200/JCO.23.02009