Revisão do grupo multidisciplinar internacional RANO (Response Assessment in Neuro-Oncology) buscou delinear o papel oncológico da cirurgia em gliomas difusos do tipo adulto, conforme definido pela classificação da OMS de 2021, e propõe um algoritmo para selecionar pacientes que podem se beneficiar da ressecção supramáxima e quantificar a extensão da ressecção em ensaios clínicos. O trabalho está em artigo de Philipp Karschnia e colegas, no Lancet Oncology.
Gliomas difusos representam os tumores cerebrais parenquimatosos primários mais frequentes em adultos e a ressecção cirúrgica é recomendada como tratamento inicial para doença recém-diagnosticada. A ressecção do glioma além das margens do tumor surgiu como uma abordagem promissora, mas permanecem controvérsias sobre como identificar pacientes que podem se beneficiar dessa ressecção mais extensa.
Nesta revisão do grupo internacional de neuro-oncologia RANO, o objetivo foi pesar os prós e contras da ressecção supramáxima, considerando os benefícios de sobrevida esperados em gliomas recém-diagnosticados, contra fatores clínicos, incluindo déficits neurológicos. “Os dados da literatura são compilados em um algoritmo para estimar os efeitos oncológicos da cirurgia, ponderando o benefício de sobrevida esperado de uma ressecção mais extensa em relação a outros fatores clínicos dentro da estrutura do perfil molecular do tumor”, descrevem os autores.
A proposta do RANO está graficamente resumida na figura abaixo:
Referência:
The oncological role of resection in newly diagnosed diffuse adult-type glioma defined by the WHO 2021 classification: a Review by the RANO resect group
Karschnia, Philipp et al. The Lancet Oncology, Volume 25, Issue 9, e404 - e419. DOI: 10.1016/S1470-2045(24)00130-X