Eric Raymond (foto), chefe do departamento de oncologia do Paris Saint-Joseph Hospital, apresentou no ESMO GI 2024 nova análise do RATIONALE-306, estudo que avalia a adição do anti PD-1 tislelizumabe (TIS) à quimioterapia (QT) em pacientes com  carcinoma avançado de células escamosas de esôfago (ESCC). Resultados de sobrevida global (SG) no subgrupo PD-L1 e em todos os pacientes randomizados apoiam TIS + QT como nova opção de primeira linha nesse cenário de tratamento. A análise do biomarcador mostra que a pontuação de positividade da área tumoral (TAP) e a pontuação positiva combinada (CPS) foram concordantes e são métodos viáveis para avaliar a expressão de PD-L1 em ​​pacientes com ESCC.

A adição do anti PD-1 tislelizumabe à quimioterapia demonstrou benefício significativo de sobrevida global (SG) versus quimioterapia isolada como tratamento de primeira linha (1L) para ESCC avançado em todos os pacientes randomizados (HR estratificado 0,66) e entre pacientes com pontuação de positividade da área tumoral (TAP) PD-L1 ≥10% (HR estratificado 0,62). O benefício de sobrevida foi sustentado, observado em 3 anos de acompanhamento. Agora, análise exploratória destacada no programa científico do congresso europeu apresentou resultados de SG de acordo com o status de expressão de PD-L1, considerando a concordância de TAP e a pontuação positiva combinada (CPS).

Neste estudo de fase 3 (RATIONALE-306; NCT03783442) foram inscritos adultos com ESCC avançado, randomizados (1:1) para TIS IV 200 mg ou PBO a cada 3 semanas + QT de escolha do investigador (platina + fluoropirimidina ou platina + paclitaxel), até progressão da doença ou toxicidade intolerável. O desfecho primário foi SG.

Resultados

Entre 649 pacientes randomizados, o status de PD-L1 foi avaliável em 542 para TAP e em 537 para CPS. 223/34%, 135/21%, 123/19% e 61/9% dos pacientes apresentaram pontuação TAP PD-L1 ≥10%, 5 a <10%, 1 a <5% e <1%, respectivamente. Após um acompanhamento mínimo de 3 anos, a melhora da SG com TIS + QT vs PBO + QT foi observada em subgrupos PD-L1 com pontuação TAP ≥1%, enquanto o tamanho pequeno do subgrupo com pontuação TAP <1% limitou a interpretação (Tabela). Os resultados de SG definidos por TAP e CPS foram semelhantes. O coeficiente de correlação interclasse entre TAP e CPS foi de 0,85 (IC de 95% 0,80–0,88). As pontuações TAP e CPS mostraram concordância tanto no percentual geral quanto no coeficiente Kappa de Cohen.

Resultados do subgrupo PD-L1 e resultados anteriores de todos os pacientes randomizados apoiam TIS + QT como nova opção de tratamento 1L para pacientes com ESCC avançado. A concordância dos métodos de pontuação TAP e CPS indica que ambos são medidas clínicas viáveis ​​da expressão PD-L1 em ​​pacientes com ESCC.

 

PD-L1 status

Event/total

OS, unstratified hazard ratio (95% CI)

 

TIS + CT

PBO + CT

  

TAP score

   

≥10%

90/116

85/107

0.71 (0.53–0.95)

5 to <10%

38/56

66/79

0.50 (0.33–0.75)

1 to <5%

50/59

56/64

0.86 (0.59–1.26)

<1%

32/36

22/25

1.21 (0.70–2.08)

Unknown

40/59

35/48

0.65 (0.41–1.02)

CPS

   

≥10

88/115

93/113

0.64 (0.48–0.86)

5 to <10

39/54

51/61

0.72 (0.47–1.09)

1 to <5

52/64

60/73

0.71 (0.49–1.03)

<1

28/31

23/26

1.36 (0.78–2.38)

Unknown

43/62

37/50

0.66 (0.42–1.02)

PD-L1 concordance between TAP and CPS

Overall % agreement, (95% CI)

Cohen’s Kappa, (95% CI)

 

TAP 1% vs CPS 1

97 (96–98)

0.85 (0.77–0.92)

 

TAP 5% vs CPS 5

85 (82–88)

0.67 (0.60–0.73)

 

TAP 10% vs CPS 10

89 (87–92)

0.78 (0.72–0.83)

 

 

Referência:

395MO - Tislelizumab (TIS) + chemotherapy (CT) vs placebo (PBO) + CT in advanced or metastatic esophageal squamous cell carcinoma (ESCC): PD-L1 biomarker analysis from RATIONALE-306
Speakers: Eric Raymond (Paris, France)