Revisão que buscou compreender diferentes protocolos e experiências institucionais de terapia focal no câncer de próstata descreve os principais resultados, complicações oncológicas e funcionais pós-ablação, em artigo na Prostate and Prostatic Disease (Nature).
Até o momento, não existem esquemas de acompanhamento padronizados e baseados em evidências para o monitoramento de pacientes submetidos à terapia focal (TF) e os centros especializados dependem principalmente de sua própria experiência e/ou protocolos institucionais. Nesta revisão, os pesquisadores buscaram um olhar abrangente sobre estratégias de acompanhamento mais vantajosas e sua justificativa após TF no câncer de próstata.
Os resultados foram relatados por Marra et al. e descrevem que o sucesso oncológico após TF foi geralmente definido como a ausência confirmada por biópsia de câncer de próstata (CaP) clinicamente significativo na zona tratada. Os autores descrevem que o câncer de próstata de novo na área não tratada geralmente reflete uma seleção imprecisa do paciente e deve ser tratado como CaP primário.
O acompanhamento dos pacientes deve envolver PSA periódico, ressonância magnética multiparamétrica e biópsia de próstata. A análise mostra que o uso de derivados de PSA e novos biomarcadores ainda é controverso e, portanto, não é recomendado. De acordo com os achados da revisão, a primeira ressonância magnética após TF deve ser realizada entre 6 e 12 meses para evitar artefatos relacionados à ablação e atraso no diagnóstico em caso de falha da TF.
Para monitorar os resultados, os principais protocolos recomendam considerar uma biópsia de próstata em 12 meses, incluindo biópsia direcionada e sistemática, para descartar a persistência/recorrência do tumor. A revisão também aponta que biópsias subsequentes devem seguir uma abordagem adaptada ao risco, dependendo do cenário clínico e recomenda avaliar os resultados funcionais periodicamente usando questionários validados dentro do primeiro ano.
Outras modalidades de imagem, como PSMA PET/CT, são promissoras, mas ainda precisam ser validadas no cenário pós-TF.
“O acompanhamento da TF é um processo multifacetado que envolve avaliação clínica, radiológica e histológica. Estudos que avaliem o impacto de diferentes estratégias de acompanhamento e tempos ideais são necessários para produzir protocolos padronizados após TF”, concluem os autores.
Referência:
Marra, G., Marquis, A., Suberville, M. et al. Surveillance after Focal Therapy – a Comprehensive Review. Prostate Cancer Prostatic Dis (2024). https://doi.org/10.1038/s41391-024-00905-0