Onconews - Revisão discute papel da equipe multidisciplinar na nutrição do câncer de cabeça e pescoço

Estudo publicado no periódico Frontiers in Oncology enfoca o suporte nutricional em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço e seu impacto nos resultados, prognóstico e qualidade de vida, com ênfase no papel da equipe multidisciplinar. “A heterogeneidade dos estudos com foco na desnutrição, caquexia e sarcopenia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço impacta negativamente a difusão e a adesão às diretrizes atuais”, avaliam os autores.

A desnutrição, definida como perda de peso e ingestão insatisfatória de nutrientes, é muito comum em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço (CECP), tanto no cenário precoce quanto paliativo. Apesar da maior conscientização, os programas nutricionais ainda não estão implementados de forma adequada nesses pacientes. Entre as razões para este atraso estão diferenças na composição, a experiência das equipes multidisciplinares envolvidas no tratamento dos doentes com CECP e os recursos econômicos e de rede que condicionam uma entrega nutricional mais rápida ou mais lenta, afetando os resultados e a qualidade de vida dos pacientes.

Nesse estudo, foram considerados 8.491 artigos e, após exclusão de duplicatas e manuscritos não escritos em inglês, 1.055 foram analisados ​​e 73 foram considerados elegíveis para análise.

De acordo com a literatura disponível, o envolvimento da equipe multidisciplinar é importante para o manejo adequado da nutrição tanto na terapia curativa quanto na terapia paliativa do câncer de cabeça e pescoço. “Conhecer o prognóstico, o momento e a gravidade dos eventos adversos esperados dos tratamentos ajuda os nutricionistas a adaptar o programa nutricional”, afirmam os pesquisadores, destacando que a desnutrição está associada a respostas inflamatórias e resultados desfavoráveis.

Os autores ressaltam que a doença inicial e a doença metastática recorrente requerem cuidados simultâneos. “A comunicação do plano de cuidados nutricionais entre os membros da equipe e para o paciente e cuidadores é importante, compartilhando estratégias de intervenção adequadas pode diminuir as complicações do tratamento e o tempo de hospitalização. A intervenção nutricional é, portanto, parte do protocolo de cura; devemos controlar a ingestão, recomendar exercícios físicos e intervenções psicológicas e apoiar a reabilitação da deglutição”, concluem os autores.

Referência:

Denaro N, Bareggi C, Galassi B, Beltramini G, Weeking D, Proh M, Ibba T, Solinas C and Garrone O (2024) Nutrition in HNSCC: is it a matter for oncologists? The role of multidisciplinary team—a narrative literature review. Front. Oncol. 14:1430845. doi: 10.3389/fonc.2024.1430845