Onconews - RT hipofracionada reduz complicações em pacientes com implantes

Revisão sistemática e meta-análise que avaliou o impacto da radioterapia pós-mastectomia com protocolos hipofracionados em pacientes submetidos à reconstrução baseada em implantes mostrou risco significativamente menor de contratura capsular, deiscência da ferida e incidência reduzida de cirurgia de revisão em comparação ao grupo tratado com fracionamento convencional. Os resultados estão em acesso aberto, no periódico The Breast.

A radioterapia pós-mastectomia (RTPM) é um componente importante da terapia adjuvante para pacientes de alto risco e vários protocolos hipofracionados (HF) foram adotados em vários países. Nesta revisão, foram considerados os bancos de dados PubMed, Cochrane Library e EMBASE. As palavras-chave incluíram radioterapia de hipofracionamento, mastectomia e reconstrução mamária. Estudos que utilizaram HF e fracionamento convencional (FC) após reconstrução protética foram selecionados.

Os resultados consideraram 7 artigos com 924 reconstruções de implantes, nos quais 506 (54,8%) incluíram HF. Pacientes com HF receberam 43,8 Gy em média, enquanto pacientes com FC receberam 51,2 Gy. O acompanhamento médio variou de 10,6 a 35 meses.  Os autores descrevem que os grupos HF tiveram um risco significativamente menor de contratura capsular (OR 0,25, IC 95% 0,11–0,55), cirurgia de revisão importante (OR 0,19, IC 95% 0,05–0,80) e deiscência da ferida (OR 0,24, IC 95% 0,07–0,78) em comparação aos grupos CF. Os riscos de outras complicações não foram estatisticamente significativos.

“Este estudo indica que os protocolos HF estão associados a menos complicações do que os protocolos CF em pacientes reconstruídos por implantes”, concluem os autores, sugerindo a viabilidade do hipofracionamento nesse contexto. 

Referência:

Open Access Published: July 23, 2024, DOI:https://doi.org/10.1016/j.breast.2024.103782