Paulo Mora (foto), do Instituto COI, é co-autor de artigo de Penson, R T et Al., que reporta os resultados do estudo de fase III SOLO3, mostrando que a taxa de resposta objetiva foi significativamente maior com olaparibe do que com quimioterapia no câncer de ovário recidivado sensível à platina, em pacientes com mutação BRCA. Depois da publicação online em fevereiro, o artigo integra a edição de abril do Journal of Clinical Oncology (JCO).
Neste estudo, os pacientes foram randomizados 2: 1 para receber olaparibe 300 mg duas vezes ao dia ou quimioterapia com agente único à escolha do médico (doxorrubicina lipossomal peguilada, paclitaxel, gemcitabina ou topotecano). O endpoint primário foi a taxa de resposta objetiva (ORR) avaliada por revisão central independente cega (BICR). O endpoint secundário foi a sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada pelo comitê independente na população com intenção de tratar.
Resultados
Dos pacientes inscritos, 178 foram randomizados para olaparibe e 88 para quimioterapia. Em pacientes com doença mensurável (olaparibe, n = 151; quimioterapia, n = 72), a ORR foi significativamente maior com olaparibe do que com quimioterapia (72,2% v 51,4%; odds ratio [OR], 2,53 [IC95% , 1,40 a 4,58]; P = 0,002). No subgrupo que recebeu 2 linhas prévias de tratamento, a ORR foi de 84,6% com olaparibe e de 61,5% com quimioterapia (OR, 3,44 [95% CI, 1,42 a 8,54]). A SLP também favoreceu significativamente o uso de olaparibe versus a quimioterapia (hazard ratio, 0,62 [IC 95%, 0,43 a 0,91]; P = 0,013; mediana, 13,4 x 9,2 meses).
Em relação ao perfil de segurança, os eventos adversos foram consistentes com dados já estabelecidos sobre olaparibe e quimioterapia.
Em conclusão, o uso de olaparibe resultou em melhorias estatisticamente significativas e clinicamente relevantes na taxa de resposta objetiva e na SLP em comparação com a quimioterapia em pacientes com câncer de ovário recorrente sensível à platina, com mutação BRCA e com mutação na linha germinativa, que haviam recebido pelo menos duas linhas anteriores de quimioterapia à base de platina.
Referência: Penson, R. T., Valencia, R. V., Cibula, D., Colombo, N., Leath, C. A., Bidziński, M., … Scambia, G. (2020). Olaparib Versus Nonplatinum Chemotherapy in Patients With Platinum-Sensitive Relapsed Ovarian Cancer and a Germline BRCA1/2 Mutation (SOLO3): A Randomized Phase III Trial. Journal of Clinical Oncology, JCO.19.02745. doi:10.1200/jco.19.02745