Estudo de Rowan T. Chlebowski e colegas investigou as associações de síndrome metabólica e obesidade com câncer de mama na pós-menopausa após acompanhamento de longo prazo (> 20 anos) nos ensaios clínicos da Women’s Health Initiative (WHI). Os resultados estão publicados na Cancer, periódico da American Cancer Society, e têm implicações na prevenção e controle do câncer de mama.
Nos ensaios randomizados da WHI, a intervenção dietética reduziu significativamente a mortalidade por câncer de mama, especialmente em mulheres com mais componentes da síndrome metabólica (SM).
Nesta análise, Chlebowski et al. consideraram um total de 68.132 mulheres na pós-menopausa, sem câncer de mama prévio e com mamografia normal, incluídas nos ensaios clínicos randomizados da WHI; 63.330 mulheres com pontuação inicial de SM compuseram a população do estudo. No momento da inscrição foi determinado o índice de massa corporal (IMC).
Os autores descrevem que a pontuação da SM (0, 1–2 e 3–4) incluiu (1) circunferência da cintura elevada (≥88 cm), (2) pressão arterial elevada (sistólica ≥130 mm Hg e/ou diastólica ≥85 mm Hg ou histórico de hipertensão), (3) histórico de colesterol alto e (4) histórico de diabetes. Os resultados do estudo incluíram incidência de câncer de mama, mortalidade por câncer de mama, mortes após câncer de mama e resultados por status de receptor hormonal.
Após um acompanhamento de mortalidade por período superior a 20 anos, os resultados mostram que um escore de SM mais elevado (3-4), ajustado para o IMC, foi significativamente associado a pior prognóstico, cânceres positivos para receptor de estrogênio (ER) e negativos para receptor de progesterona (PR) ( p = 0,03), 53% mais mortes após câncer de mama (p < 0,001) e 44% mais mortalidade por câncer de mama (p = 0,03). O status de obesidade, ajustado para pontuação de SM, foi significativamente associado a mais ocorrências de bom prognóstico, cânceres ER-positivos e PR-positivos (p < 0,001), mais cânceres de mama totais (p < 0,001) e mais mortes após câncer de mama (p < 0,001), com maior mortalidade por câncer de mama apenas em mulheres com obesidade grave (IMC, ≥35 kg/m2; p < 0,001).
“A SM e o status de obesidade têm associações adversas independentes, mas diferenciais, com subtipos de receptores de câncer de mama e risco de mortalidade por câncer de mama. Ambos representam alvos separados para estratégias preditivas e de prevenção do câncer de mama”, concluem os autores.
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