AACR mostra resultados de olaparibe e durvalumabe no câncer de mama
Estudo de Fase II (I-SPY 2) apresentado na sessão de abertura da AACR 2020 demonstrou que a terapia tripla com o anti PD-L1 durvalumabe em combinação com o inibidor de PARP olaparibe e paclitaxel melhora significativamente a resposta patológica completa (pCR) na comparação com o padrão de quimioterapia neoadjuvante em mulheres com câncer de mama de alto risco, HER2 negativo, estágio II / III ( 37% versus 20%). “O desenho é inovador e com altíssima possibilidade dos resultados serem confirmados em um estudo de Fase III”, avalia o oncologista Gilberto Amorim (foto), Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da Oncologia D'Or.
O oncologista André Murad (foto), diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP) e Diretor Clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, é primeiro autor de estudo selecionado para apresentação em pôster no AACR Annual Meeting I que avaliou o uso da biópsia líquida com tecnologia de reação em cadeia da polimerase digital em gotas (dd-PCR) para decisão terapêutica em tumores sólidos avançados.
Ensaio de Fase III destacado no programa científico da AACR 2020 trouxe novos dados sobre a chamada biópsia líquida, em apresentação que reportou achados inéditos do Atlas do Genoma (Circulating Cell-free Genome Atlas - CCGA) sobre a capacidade de prever o câncer e o tecido de origem em indivíduos com suspeita clínica da doença, mas sem diagnóstico histológico.
A experiência de COVID-19 e câncer em pacientes tratados no Gustave Roussy Cancer Campus, em Villejuif, na França, foi um dos destaques da AACR 2020. Em apresentação de Fabrice Barlesi, o grupo francês descreveu os resultados de pacientes com câncer infectados com COVID-19 e tratados na instituição.
Estudo randomizado de fase II apresentado no AACR 2020 mostrou que a administração contínua das terapias-alvo dabrafenibe e trametinibe teve impacto na sobrevida livre de progressão de pacientes com melanoma irressecável com mutação BRAF V600E/K. Os resultados são do ensaio SWOG S1320 e foram apresentados pelo oncologista Alain Algazi (foto), da Universidade da Califórnia.
A AACR dedicou uma sessão inteira ao tema COVID-19 e Câncer, como parte da Plenária apresentada na manhã de 28 de abril (VCTPL09). Com participação de pesquisadores de Wuhan, estudo chinês descreveu a experiência de tratar pacientes de câncer durante a pandemia. Os dados foram apresentados no segundo dia da AACR 2020, por Li Zhang, do Tongji Hospital, em Wuhan.
A oncologista Heloisa Resende (foto) é primeira autora de estudo apresentado no ASCO 2020 que buscou compreender os motivos que dificultam a mudança de prática dos oncologistas brasileiros em relação aos medicamentos biossimilares. “O Brasil e os países em desenvolvimento têm acesso limitado a medicamentos biológicos e terapias-alvo devido ao alto custo, e os biossimilares podem contribuir para melhorar o acesso dos pacientes a esses medicamentos com eficácia e segurança”, sustenta.
Estudo de Fase III (HERO) apresentado no ASCO 2020 mostrou que o tratamento com o antagonista de LHRH relugolix alcançou resultados superiores aos de leuprolida na supressão sustentada dos níveis de testosterona, com risco 54% menor de eventos cardiovasculares importantes. Os dados foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo de Neal D. Shore et al. Quem comenta é o urologista Marcus Sadi (foto), Professor Adjunto e Coordenador da Área de Uro-Oncologia da Unifesp.