Radioterapia no ASCO 2020
O médico especialista em radioterapia Robson Ferrigno, coordenador dos Serviços de Radioterapia dos Hospitais BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e BP Mirante, analisa os principais estudos apresentados no ASCO 2020 que envolveram radioterapia e podem influenciar a rotina de condutas.
A análise final do estudo randomizado de fase III AGO DESKTOP III / ENGOT - ov20 sugere benefício da cirurgia citorredutora secundária no câncer de ovário recidivado, em pacientes selecionados. Os resultados são destaque do panorama de tumores ginecológicos no ASCO 2020. (Abstract 6000)
Os resultados positivos de duas coortes do estudo Targeted Agent and Profiling Utilization Registry (TAPUR) fornecem evidências de mundo real para apoiar dados recentes de ensaios clínicos que demonstram o papel do olaparibe no tratamento de câncer de próstata e pâncreas avançado com mutações BRCA1/2. Os resultados foram selecionados para o programa científico do ASCO 2020 (Abstracts #4637 e #5567).
Estudo randomizado de Fase II apresentado no ASCO 2020 avaliou o acréscimo de panitumuabe aos esquemas de tratamento em primeira linha do câncer colorretal metastático em pacientes idosos.
Em 2016, a análise primária do estudo MINDACT confirmou o valor do perfil genômico para pacientes com câncer de mama em estágio inicial que poderiam com segurança abandonar a quimioterapia sem comprometer o resultado. Agora, dados de longo prazo da assinatura de 70 genes (MammaPrint) foram destacados no 2020 ASCO Virtual Scientific Program, em apresentação de Fátima Cardoso, do Champalimaud Cancer Clinical, em Lisboa.
Mutações na isocitrato desidrogenase 1 (mIDH1) estão presentes em> 70% dos pacientes com gliomas de grau II / III, resultando na produção e no acúmulo de (R) -2-hidroxiglutarato, causando hipermetilação do DNA e promovendo a tumorigênese. Estudo destacado em sessão oral apresentou resultados do agente experimental olutasidenib, um inibidor seletivo da proteína IDH1 mutada (Abstract #:
A maioria dos tumores oro e hipofaríngeos recém diagnosticados são tratados com quimiorradioterapia com intenção curativa, mas às custas de efeitos adversos com grande impacto na qualidade de vida. Este estudo da Cancer Research UK avaliou como o uso de dose ótima da radioterapia IMRT (Do-IMRT) pode reduzir a dose de RT nas estruturas relacionadas à disfagia/ aspiração, melhorando a função da deglutição comparada à dose padrão (S-IMRT). O radio-oncologista Daniel Przybysz* (foto), membro do Comitê de Radioterapia Avançada da International Association for the Study of Lung Cancer, comenta os resultados.
O uso de medicina integrativa e complementar é relativamente comum entre pacientes com câncer. Estudo brasileiro aceito no ASCO 2020 procurou definir o uso da prática por pacientes com câncer e investigar fatores que podem influenciar sua adoção. A oncologista Eliza Dalsasso Ricardo (foto) assina como primeira autora.
Resultados iniciais de estudo de Fase II apresentado no ASCO 2020 sugerem eficácia promissora de uma nova molécula (MK-6482) em pacientes com carcinoma renal de células claras com variação patogênica da doença de Von Hippel-Lindau. A taxa de sobrevida livre de progressão em 12 meses foi de 98,3% (Abstract #:
Estudo de Fase II de braço único selecionado para sessão oral na ASCO 2020 mostrou que a associação do anti-PD-L1 durvalumabe (durva) à quimioterapia com cisplatina (C) e pemetrexede (P) pode ampliar a sobrevida de pacientes com mesotelioma pleural maligno irressecável. A apresentação foi de Patrick M. Forde, do Johns Hopkings Sidney Kimmel Comprehensive Cancer Center.
Pacientes com meningioma progressivo ou recorrente têm opções limitadas de tratamento. Estudo de fase II que avaliou pacientes com meningiomas grau I-III recorrentes ou em progressão destacou resultados de um novo agente experimental, o inibidor de FAK GSK2256098. Afinal, estamos prontos para a medicina de precisão no meningioma recorrente? (Abstract #: