Onconews - Heranças e promessas

    Especiais Congressos

      TALAPRO-2 mostra ganho de SG com talazoparibe e enzalutamida no CPRCm

      O estudo de Fase III TALAPRO-2 atingiu seu desfecho primário, mostrando melhor sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) para a combinação de talazoparibe e enzalutamida (TALA+ENZA) versus placebo+ENZA como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de próstata metastático...

      BREAKWATER: pesquisa atinge importante endpoint primário no câncer colorretal metastático BRAF V600E

      O simpósio ASCO GI 2025 apresentou a análise primária da taxa de resposta objetiva (ORR) do ensaio global de fase 3 BREAKWATER que avalia encorafenibe mais cetuximabe com ou sem quimioterapia no câncer colorretal metastático em pacientes com mutação BRAF V600E, além da primeira análise...

      TV Onconews

       
      O oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor médico geral do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, faz, em vídeo, uma revisão de importantes estudos sobre câncer de mama apresentados nos congressos do ASCO, ESMO Breast e ESMO, em 2024. “Temos uma série de dados importantes do trastuzumabe deruxtecana (T-DXd); de qualidade de vida, de eficácia no...
       
      Os oncologistas Martha Tatiane Mesquita dos Santos, da Rede D’Or em Brasília, e Victor Braga Gondim Teixeira, do Américas Oncologia do Rio de Janeiro, discutem em vídeo a adição de Osimertinibe à quimioterapia como tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) para pacientes com mutação do EGFR. Entre os estudos discutidos está a análise post-hoc apresentada na...
       
      O que muda com a aprovação da Lei 14 874 sancionado este ano, depois de longo período de tramitação? “É muito importante juntar forças para, de fato, mudar o ambiente de pesquisa”, destaca Renato Porto, Presidente-executivo da Interfarma, que ao lado do oncologista Fabio FranKe, diretor da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, analisa a nova lei, publicada 29 de maio no Diário Oficial...

          Inscrições abertas para o XVI Prêmio Octavio Frias de Oliveira

          As inscrições para o XVI Prêmio Octavio Frias de Oliveira para as categorias de “Pesquisa em Oncologia” e “Inovação Tecnológica em Oncologia” estão abertas até o dia 16 de maio. A premiação é uma iniciativa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e visa estimular a pesquisa...

          ESTUDOS CLÍNICOS

          BALANCO_PULMAO_horiz_bx.jpgA expectativa por novas drogas-alvo continua, a imunoterapia cresce e a seleção de pacientes é fator crítico no tratamento.

          O câncer de pulmão permanece como patologia responsável por altas taxas de incidência e morbidade e, apesar de todo o progresso no diagnóstico e caracterização molecular, a maioria dos pacientes apresenta doença avançada e irressecável ao diagnóstico. A boa notícia é que os avanços continuam e parcela dos pacientes já se beneficia dessas inovações.

          Em 2014, o aguardado estudo britânico, o National Lung Screening Trial (NLST) mostrou que a triagem com tomografia computadorizada de baixas doses (TC) é superior à radiografia de tórax na redução da mortalidade pela doença e é custo-efetiva. O estudo foi liderado por William C. Black e colegas, publicado na edição de 6 de novembro do New England Journal of Medicine.

          Em pequenos tumores, a ressecção continua como tratamento de escolha e a cirurgia videoassistida (VATS, do inglês Video-Assisted Thoracic Surgery) ganha espaço, na tendência da abordagem minimamente invasiva.

          Para pacientes idosos, não candidatos à cirurgia, estudo publicado em 2014 na edição online de 15 de outubro do JAMA Surgery trouxe a maior base de evidências em escala populacional e mostrou o papel da radioterapia estereotáxica ablativa nesse subgrupo.

          Outro saldo das inovações é o corpo crescente de evidências demonstrando que os subtipos moleculares de câncer de pulmão podem influenciar a decisão terapêutica. Mutações em vários oncogenes (AKT1, ALK, BRAF, EGFR, HER2, KRAS, MEK1, MET, NRAS, PIK3CA, RET e ROS1) são responsáveis por induzir e sustentar a tumorigênese no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).

          No cenário da doença avançada, o uso de inibidores de tirosina-cinase continua a ser o padrão de cuidados para pacientes com mutações EGFR ou fusão ALK, com altas taxas de resposta (60% -70%) e impacto na sobrevida livre de progressão. Não há um painel universal, mas a seleção molecular mostra que a terapia personalizada tem cada vez mais lugar no tratamento do CPNPC. No entanto, a resistência adquirida aos inibidores de tirosina-cinase ainda é um desafio.

          A combinação com antiangiogênicos requer novas evidências, mas em 2014 o estudo japonês (JO 25567) que comparou erlotinibe com ou sem bevacizumabe demonstrou diferença de 6,3 meses na sobrevida livre de progressão com o esquema de combinação (P = 0,0015; HR = 0,54).

          A imunoterapia também se anuncia como importante opção de tratamento. Agentes como ipilimumabe, um anticorpo humanizado anti CTLA-4, e aqueles que bloqueiam a proteína programada para matar (PD-1) e seus ligantes (PD-L1) têm demonstrado resultados encorajadores e novas evidências são aguardadas com expectativa em 2015.

          No ELCC de 2014, o maior encontro sobre câncer de pulmão da Europa, o grupo liderado por Armida D’Incecco, do Istituto Toscano dei Tumori, em Livorno, Itália, mostrou que a combinação de imunoterápicos com drogas-alvo pode ter lugar em CPNPC. Este estudo demonstra que o bloqueio de PD-1 e PDL-1 pode resultar em benefícios duradouros, com taxas de resposta global de 20% a 25% e provavelmente esses agentes se tornarão parte da prática diária para o câncer de pulmão não-pequenas células, em um futuro próximo.
          Os esforços em torno de uma vacina capaz de gerar respostas imunes também prosseguem. 

          Clarissa Mathias
          Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT)