ASCO 2020: destaques do programa científico
A 56ª reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o maior encontro da oncologia mundial, acontece entre os dias 29 e 31 de maio, em formato virtual devido à pandemia da COVID-19. Com o tema 'Unir e conquistar: acelerar o progresso juntos’, a edição deste ano conta com mais de 2,4 mil abstracts aceitos para apresentação durante a conferência, e outros 3,4 mil abstracts selecionados para publicação online.
A Conquer Cancer Foundation, fundação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), anunciou os ganhadores do 2020 ASCO Annual Meeting Merit Awards. Os oncologistas brasileiros Adriana Hepner (Melanoma Institute Australia), Aline Fusco Fares e Daniel Vilarim Araújo (Princess Margaret Hospital), e Daniel da Motta Girardi (National Cancer Institute/National Institutes of Health) estão entre os premiados.
Os cirurgiões oncológicos Angelita Habr-Gama e Rodrigo Perez (foto) são co-autores de artigo de revisão publicado no ASCO Educational Book que traça um panorama do tratamento e manejo do câncer retal, em cenários ainda bastante controversos da doença. “A incorporação de novas modalidades de tratamento aumentou significativamente a complexidade do tratamento e manejo do câncer retal, incluindo terapia perioperatória para doença localmente avançada e preservação de órgãos para aqueles com resposta completa ao tratamento pré-operatório”, destacam os autores.
O oncologista Carlos Gil Moreira Ferreira (foto), Presidente do Instituto Oncoclínicas e Diretor Científico do Grupo Oncoclínicas do Brasil, foi escolhido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) para receber o prêmio Partners in Progress Award.
O oncologista brasileiro Rodrigo Taboada (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, foi um dos dez jovens especialistas escolhidos pela Sociedade Europeia de Oncologia para receber o Young Investigator Award na ESMO GI 2020. O prêmio foi concedido pelo estudo que comparou as características clínico-patológicas e moleculares de carcinomas e tumores neuroendócrinos de alto grau.
Arinilda Campos Bragagnoli (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, é primeira autora de estudo que buscou determinar se metformina em combinação com irinotecano aumenta as taxas de controle da doença em pacientes com câncer colorretal avançado. O trabalho foi selecionado para apresentação em pôster no ESMO GI 2020.
Axel Grothey, Diretor de Pesquisa em Tumores Gastrointestinais do West Cancer Center, em Memphis, apresentou no ESMO GI 2020, os resultados da primeira etapa do estudo de Fase II ANCHOR, que avalia o triplet com encorafenibe, binimetinibe e cetuximabe como tratamento de primeira linha no câncer colorretal metastático BRAFV600E mutado. Quem comenta é o oncologista Tiago Biacchi (foto), médico do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
GIST é o sarcoma mais comum do trato gastrointestinal e mutações primárias no KIT ou PDGFRA ocorrem em > 85% dos pacientes e ativam as quinases. Um novo inibidor de tirosina-quinase, ripretinib mostrou resultados de sobrevida em pacientes politratados no estudo de Fase III INVICTUS. Agora, nova análise destacada em sessão oral na ESMO GI 2020 mostra também dados de eficácia e segurança após o crossover. “Ripretinib surge como uma nova opção eficaz para o tratamento do GIST avançado, em um cenário de poucas opções farmacológicas”, avalia o oncologista Cícero Martins (foto), médico do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Américas Oncologia.
Nova análise do estudo BEACON foi apresentada em sessão oral no ESMO GI, desta vez reportando os eventos adversos mais comuns com encorafenibe (inibidor de BRAF) mais cetuximabe em pacientes com câncer colorretal metastático (mCRC), além das melhores práticas para gerenciar esses eventos com base nas evidências disponíveis. “Além de promover maior controle de doença, o novo regime com drogas-alvo demonstrou uma melhora substancial na qualidade de vida reportada pelos pacientes”, observa o oncologista Rivadávio Antunes de Oliveira (foto), preceptor e coordenador da residência de Oncologia Clínica do Hospital do Câncer de Londrina (HCL).
Uma dose única do anti CTLA-4 tremelimumabe combinada ao anti PD-L1 durvalumabe pode melhorar a atividade clínica de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado? Resultados apresentados na ESMO GI mostram que sim. “Em todos os braços, a combinação de tremelimumab e durvalumabe ofereceu o melhor perfil benefício-risco”, destacaram os autores.
Embora a triagem de genes de predisposição ao câncer (GPC) esteja atualmente bem estabelecida para cânceres hereditários comuns, pouco se sabe sobre seu papel nos tumores neuroendócrinos (TNEs), além das síndromes já descritas. Estudo brasileiro apresentado em Sessão Oral na ESMO GI pela oncologista Rachel Riechelmann (foto) buscou definir a frequência de variantes patogênicas e provavelmente patogênicas de GPC em jovens adultos com TNEs.