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Com acompanhamento de 3 anos, a monoterapia com o anticorpo anti-PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) continua a demonstrar benefício sustentado de sobrevida global e sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado e/ou metastático. A atualização de longo prazo1 do estudo de Fase 3 EMPOWER-Lung 1 apresentada em Sessão Oral no ESMO 2022 também trouxe os dados de sobrevida global e taxa de resposta dos pacientes que progrediram à imunoterapia e continuaram o tratamento com cemiplimabe associado à quimioterapia. “Pela primeira vez, um estudo de Fase 3 demonstra vantagens terapêuticas da manutenção da imunoterapia para pacientes que progridem após a monoterapia em primeira linha com anti-PD-1”, destacam os autores.

O EMPOWER-Lung 1 é um estudo aberto, Fase 3, que incluiu 712 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) sem tratamento prévio recrutados em 138 centros, de 24 países. Foram elegíveis pacientes adultos (≥18 anos) com doença avançada ou metastática, confirmada histologicamente ou citologicamente, e com bom performance status (ECOG de 0-1). Os pacientes foram randomizados para receber cemiplimabe (350 mg a cada 3 semanas por 108 semanas ou até a progressão da doença; n=357) ou quimioterapia à escolha do investigador (4 a 6 ciclos; n=355). As características do baseline foram bem equilibradas entre os braços de tratamento.

O anticorpo monoclonal isatuximabe (Sarclisa®, Sanofi), combinado ao regime carfilzomibe-dexametasona, representa nova opção de tratamento para pacientes com mieloma múltiplo recidivado e/ou refratário.  As evidências de eficácia e segurança embasaram a decisão das principais autoridades reguladoras de aprovar o uso de isatuximabe nessa população de pacientes, com benefícios significativos de sobrevida e taxa de resposta.

A aprovação de isatuximabe pela Anvisa (DOU nº129)1 e outras autoridades regulatórias foi apoiada nos resultados do estudo de Fase III IKEMA2, demonstrando que a adição de isatuximabe ao esquema carfilzomibe-dexametasona aumentou de 1,6 para 3 anos a mediana de sobrevida livre de progressão em pacientes com mieloma múltiplo (MM) recidivado após ≥1 terapia anterior.

Com seguimento dos pacientes por mais 2 anos desde a primeira apresentação do estudo em 2020, resultados atualizados do ensaio ADAURA apresentados no ESMO 2022 reforçam osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) como padrão de tratamento adjuvante para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio IB-IIIA com mutação EGFR (EGFRm) após ressecção tumoral completa e quimioterapia adjuvante, quando indicada. O seguimento prolongado permitiu a todos os pacientes a oportunidade de completar três anos de tratamento adjuvante e confirmou que osimertinibe manteve benefício sustentado, reduzindo o risco de recorrência da doença ou morte em 77% (razão de risco [HR] de 0,23; intervalo de confiança de 95% [IC] 0,18-0,30) na população da análise primária (Estágios II-IIIA) e em 73% (HR 0,27; IC 95% 0,21-0,34) na população geral (Estágios IB-IIIA).

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu o preço de venda de enfortumabe vedotina (Padcev®, Zodiac), o primeiro anticorpo droga conjugado aprovado pela Anvisa como opção de tratamento para pacientes com carcinoma urotelial metastático ou localmente avançado1.A precificação da CMED foi anunciada em 15 de setembro de 2022 e marca o início da comercialização da enfortumabe vedotina no Brasil.

Estudo randomizado de Fase 3 (CASPIAN) mostrou que durvalumabe mais platina-etoposídeo (EP) versus EP isoladamente melhorou significativamente a sobrevida global (SG) como tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa (CPPC-ES), (HR) 0,71; [95% CI 0,60-0,86; P = 0,0003), com mediana de sobrevida global de 12,9 meses no braço tratado com durvalumabe versus 10,5 meses no grupo EP. Em três anos, a taxa de sobrevida foi três vezes maior no grupo tratado com durvalumabe mais EP (17,6%) versus EP (5,8%), estabelecendo essa combinação como padrão de primeira linha para CPPC-ES. Análise de subgrupo reportada por Chen,Y et al. no Journal of Thoracic Oncology confirmou o benefício, demonstrando que o ganho de SG e sobrevida livre de progressão (SLP) foi mantido independentemente da presença de metástases cerebrais, apoiando ainda mais a utilização de durvalumabe mais platina-etoposídeo como padrão de cuidados nessa população de pacientes. A adição de durvalumabe reduziu em 31% o risco de progressão em SNC ou necessidade de radioterapia craniana.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário de enfortumabe vedotina (Padcev®) como nova opção de tratamento em pacientes com carcinoma urotelial metastático ou localmente avançado1. A decisão foi anunciada dia 23 de maio e é baseada nos resultados de eficácia e segurança desse novo agente terapêutico, o primeiro ADC (anticorpo conjugado a droga) aprovado nessa indicação. 

Estudo global de Fase 3 (EV-301)2 que avaliou enfortumabe vedotina (EV) para o tratamento do carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático mostrou que EV prolongou significativamente a sobrevida global em comparação com a quimioterapia padrão em pacientes previamente expostos à quimioterapia baseada em platina e a um inibidor de PD-1 ou PD-L1.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou nova indicação de cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi), agora como monoterapia para câncer de pulmão de não pequenas células avançado, em pacientes com alta expressão de PD-L1 (≥50% das células tumorais)1. A decisão da Anvisa foi anunciada no dia 23 de maio e é baseada nos resultados de estudo internacional de Fase 3 (EMPOWER LUNG 1)2, que demonstrou benefício significativo de sobrevida global e sobrevida livre de progressão da monoterapia com cemiplimabe nessa população de pacientes.

Este estudo aberto, de Fase 3, inscreveu pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) recrutados em 138 centros, de 24 países. Foram elegíveis pacientes adultos (≥18 anos) com doença avançada, histologicamente ou citologicamente confirmada e bom status de desempenho (ECOG de 0-1), randomizados (1:1) para cemiplimabe 350 mg a cada 3 semanas por administração intravenosa ou quimioterapia com doublet de platina.

Pelo menos dois estudos com o novo anticorpo droga conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi-Sankyo, AstraZeneca) em mulheres com câncer de mama avançado ou metastático HER2-positivo foram destaque no programa científico do ESMO Breast Cancer 2022, realizado de 3 a 5 de maio. Resultados apresentados em uma Proffered Paper Session demonstram que trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) foi associado à manutenção ou melhoria da qualidade de vida versus trastuzumabe emtansine (T-DM1) nessa população (Abstract 163O), enquanto análise preliminar do estudo de Fase II TUXEDO-1 apresentada em sessão mini oral mostrou que T-DXd produziu altas taxas de resposta intracraniana em mulheres com metástases cerebrais (165MO).

Dados já reportados do ensaio de Fase III DESTINY-Breast03 mostram que trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) reduziu o risco de progressão ou morte em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratados com trastuzumabe e um taxano (N Engl J Med. 2022;386:1143–1154). Agora, dados apresentados no ESMO Breast Cancer 2022 ampliam informações sobre o impacto de T-DXd nessa população, demonstrando benefício em diferentes domínios da qualidade de vida, incluindo dor e função emocional, além de efeito terapêutico significativo no sistema nervoso central.

Indicado para o tratamento de pacientes adultos com mieloma múltiplo, o anticorpo isatuximabe (Sarclisa®, da Sanofi Genzyme) recebeu dia 20 de outubro a liberação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que definiu o preço de comercialização no Brasil. O novo agente é indicado para pacientes adultos com mieloma múltiplo recidivado e refratário que receberam pelo menos duas linhas anteriores de tratamento, incluindo lenalidomida e um inibidor de proteassoma, e demonstraram progressão da doença na última terapia.

A aprovação de isatuximabe no Brasil foi autorizada em março pela Anvisa, com base nos resultados do ensaio de Fase III ICARIA. Neste estudo randomizado internacional (NCT02990338), isatuximabe mostrou benefício clínico significativo em combinação com pomalidomida e dexametasona, com redução de 40% no risco de progressão da doença ou morte em pacientes politratados. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 11,53 meses versus 6,47 meses, demonstrando a superioridade de isatuximabe frente ao braço controle (HR 0,596; 95% CI: 0,44-0,81; p = 0,001).  

“A adição de isatuximabe à pomalidomida-dexametasona melhora significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com mieloma múltiplo recidivado e refratário, representando uma nova e importante opção de tratamento para essa população, principalmente para pacientes que se tornam refratários à lenalidomida e a um inibidor de proteassoma”, concluíram os autores.

Depois de receber aprovação das principais agências reguladoras do mundo1,2 e também da brasileira Anvisa3, ixazomibe (Ninlaro®) passa a integrar a lista de cobertura obrigatória da Agência Nacional de Saúde (ANS), em decisão que incorpora o primeiro inibidor de proteassoma de uso oral ao tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário (MMRR) 4 atendidos na saúde suplementar. A adição de ixazomibe a um regime de lenalidomida e dexametasona foi associada a sobrevida livre de progressão significativamente mais longa em pacientes com MMRR, além de resultados históricos de sobrevida global, como sustentam evidências do ensaio TOURMALINE-MM1 (ClinicalTrials.gov: NCT01564537)5.

A doença veno-oclusiva (DVO) hepática, também chamada de síndrome de obstrução sinusoidal (SOS), é uma complicação potencialmente fatal do transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), associada a mais de 90% de mortalidade nos casos graves1. É nesse contexto que os resultados de eficácia e segurança de defibrotida (Defitelio®, Zodiac) marcam benefício sem precedentes em pacientes com DVO estabelecida, demonstrando sobrevida superior nessa população de pacientes em relação ao controle histórico2.

A eficácia e segurança de defibrotida foi avaliada em 528 pacientes tratados em três estudos: dois ensaios clínicos prospectivos e um estudo de acesso expandido4. O principal endpoint de eficácia foi a sobrevida no dia 100 (Dia+100) pós-TCTH. Os resultados reportados mostram que a taxa de sobrevida pós-TCTH foi de 38% (95% CI: 29% a 48%; P = 0,01), 44% (95% CI: 33% a 55%) e 45% (95% CI: 40% a 51%), respectivamente, demonstrando que o novo agente realmente cumpriu o endpoint primário.