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A terapia focal ganhou aceitação ao longo do tempo, com uma proporção maior de pacientes com câncer de próstata clinicamente significativo em tratamento com crioterapia,  ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) e eletroporação irreversível (IRE). Revisão sistemática e meta-análise que avaliou desfechos de longo prazo  entre homens tratados com terapia focal de 2008 a 2024 mostra que a sobrevida global agrupada foi de 98,0%, a sobrevida câncer específica de 99,3% e a sobrevida livre de metástases alcançou 98,5%, enquanto a taxa de progressão bioquímica  anual foi de 9,4%.

A cannabis nos EUA está em transição de um status ilegal nacional para a liberalização para uso medicinal ou recreativo. Revisão publicada no Lancet Regional Health reúne as mais abrangentes evidências até o momento sobre o uso de cannabis e risco de câncer, com o objetivo de informar recomendações de organizações de saúde pública, formuladores de políticas e profissionais clínicos.

O uso prolongado de aspirina para prevenção de doenças cardiovasculares é recomendado há décadas. No entanto, há incertezas quanto aos efeitos de longo prazo do uso de aspirina em pacientes com câncer. Estudo de coorte que utilizou grandes bases de dados mostra que indivíduos com câncer que fizeram uso profilático de aspirina em baixa dosagem reduziram o risco de morte por todas as causas, mas não o risco cardiovascular ou na mortalidade específica por câncer.

Estudo randomizado de fase II que avaliou o efeito dos polissacarídeos de Astragalus (PG2) combinado com quimioterapia adjuvante concluiu que o uso de PG2 pode reduzir a fadiga induzida por quimioterapia, controlar a insônia e o efeito negativo nas perspectivas futuras, melhorando  o estado de saúde global e a adesão ao tratamento quimioterápico em pacientes com câncer de mama, principalmente em mulheres pré-menopáusicas.

Estudo liderado por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center demonstrou que pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático não escamoso com mutações específicas nos genes supressores de tumor STK11 e/ou KEAP1 podem se beneficiar da adição do anti-CTLA-4 tremelimumabe a uma combinação de durvalumabe mais quimioterapia para superar a resistência ao tratamento comum nesta população de pacientes. "Os dados deste estudo acadêmico multi-institucional reforçam a importância da avaliação genômica no manejo de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas", avalia Haniel Araujo (foto), coautor do trabalho publicado na Nature. Além de Araújo, o estudo contou com a participação dos pesquisadores brasileiros Marcelo Negrão e Álvaro Guimarães Paula.

Estudo que comparou o desempenho do sequenciamento de próxima geração (NGS) na detecção de mutações comuns e incomuns do gene EGFR em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado traz novos insights sobre métodos de patologia molecular. “Nosso estudo destaca que o NGS é capaz de identificar um número muito maior de mutações EGFR acionáveis ​​do que as abordagens RT-qPCR, proporcionando a mais pacientes a oportunidade de receber tratamentos direcionados a EGFR”, concluem os autores.

Há uma tendência preocupante de declínio ou estagnação no rastreamento do câncer cervical em alguns países de alta renda, o que afeta desproporcionalmente mulheres de comunidades desfavorecidas. O alerta foi reforçado por Descamps et al. no International Journal of Cancer, em comunicado que discute desafios e oportunidades identificados pelo consenso ACCESS  (Advancing Cervical CancER ScreeningS), e  destaca a importância de compartilhar as melhores práticas, através do diálogo internacional e da colaboração entre as partes interessadas.

Dados da análise final de sobrevida livre de doença invasiva (SLDi) do estudo randomizado de fase III NATALEE corroboram a eficácia e segurança de ribociclibe adjuvante em pacientes com câncer de mama inicial HR+/HER2−, demonstrando redução de 25% no risco de eventos de SLDi com ribociclibe mais terapia endócrina (HR 0,749, IC de 95% 0,628-0,892; P=0,0012). O trabalho tem participação dos oncologistas Carlos Barrios, do LACOG (foto) e Felipe Cruz (à direita), do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.

As taxas globais de mortes padronizadas por idade e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis ao câncer relacionado à dieta são consideráveis ​​e respondem por uma carga substancial da doença. O alerta é de estudo que utilizou dados do Estudo da Carga Global de Doenças para estimar as cargas e tendências agrupadas de cinco tipos de câncer atribuíveis a comportamentos alimentares. Os resultados foram publicados no European Journal of Cancer Prevention.

Estudo de coorte publicado no JAMA Otolaryngology Head & Neck Surgery mostrou que a prevalência de depressão foi duas vezes maior em pacientes com câncer de cabeça e pescoço em comparação com pacientes com outros tipos de câncer, com pequenas diferenças em autorrelatos subjetivos de depressão. “Os resultados sugerem que o autorrelato de depressão pode resultar em subnotificação e subtratamentos, destacando a necessidade de melhorar a identificação e otimizar o tratamento dessa população”, observaram os autores.

Uma colonoscopia de qualidade inferior demonstrou ser menos eficaz na redução da incidência de câncer colorretal (CCR) do que uma colonoscopia de qualidade superior, mas ainda assim mostra benefício na comparação com nenhuma colonoscopia, como aponta estudo alemão que comparou a incidência cumulativa de CCR a partir de três braços de análise, em 13 anos de acompanhamento.

Uma equação antropométrica relatada na BMC Cancer, em artigo de Valdete Regina Guandalini  (foto) e colegas, apresentou excelente concordância para o diagnóstico de sarcopenia em mulheres com câncer de mama quando comparada ao método de referência. “Os resultados aqui relatados têm grande relevância clínica, com potencial de auxiliar na detecção precoce de sarcopenia em mulheres com câncer de mama, proporcionando intervenções mais assertivas”, analisam os autores.

O aumento do risco de câncer de pulmão em grupos de baixo status socioeconômico é apenas parcialmente atribuível ao hábito de fumar, mas poucos estudos exploraram outros fatores de risco ou potenciais vieses associados ao risco de câncer de pulmão de acordo com o status socioeconômico. Pesquisa de Hovanec et al. relatada na Epidemiology com base em um projeto internacional de pesquisa (SYNERGY) indica que riscos ocupacionais ou outras exposições ambientais podem estar fortemente associados ao câncer de pulmão em grupos de baixo status socioeconômico.

Estudo publicado no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention demonstrou que sobreviventes de câncer tiveram risco substancialmente aumentado de um segundo câncer primário em comparação com o risco de câncer na população em geral. “O risco de desenvolver um segundo câncer primário até quinze anos após um câncer inicial foi de 16,2% para homens e 12,2% para mulheres”, destaca a publicação.

Fumar é o principal fator de risco comportamental para mortalidade, responsável globalmente por mais de 175 milhões de mortes e quase 4,30 bilhões de anos de vida perdidos de 1990 a 2021. Pesquisa que estimou os anos de vida perdidos em três diferentes cenários de prevalência do tabagismo de 2022 a 2050 reforça a importância de implementar novas políticas de controle do tabaco para evitar uma carga adicional de mortalidade associada ao tabagismo nas próximas décadas.

A síndrome de Lynch (SL) é uma síndrome autossômica dominante de predisposição hereditária ao câncer causada por variantes patogênicas (VPs) em um dos genes de reparo de incompatibilidade MLH1, MSH2/EPCAM, MSH6 ou PMS2. Indivíduos que têm VP MLH1 têm alto risco de desenvolver câncer colorretal (CCR) e câncer endometrial (CE) ao longo da vida. Há controvérsias sobre se uma idade mais jovem ao diagnóstico (ou antecipação) ocorre na SL associada a MLH1. Estudo relatado na Cancer mostrou tendência à antecipação em famílias com SL associada a MLH1, indicando a necessidade de triagem entre indivíduos mais jovens.

À medida que a prevalência do comprometimento cognitivo relacionado à quimioterapia aumenta, a pesquisa sobre opções de tratamento é crítica. Estudo canadense que avaliou os efeitos de uma intervenção com exercícios aeróbicos iniciada durante a quimioterapia mostra que a estratégia teve impacto positivo na qualidade de vida e na função cognitiva autorrelatada. “ Identificar intervenções validadas para manter/melhorar a função cognitiva e, assim, preservar ou melhorar a qualidade de vida é fundamental para reduzir a carga individual e social do câncer”, destacam os autores, em artigo na Cancer.