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Um curso mais breve de radioterapia pós-mastectomia (PMRT) foi seguro e eficaz para pacientes com câncer de mama submetidas à reconstrução mamária e provou ser não inferior a um curso mais longo de tratamento, como demonstram resultados do estudo de fase 3 RT CHARM (Alliance A221505) apresentado na ASTRO 2024 por Matthew M. Poppe (foto), da Universidade de Utah.

Os resultados finais do estudo clínico randomizado de Fase III 3 SWOG S1011, publicados por Lerner et al. na New England Journal of Medicine, mostram que pacientes submetidos à cirurgia para câncer de bexiga músculo invasivo localizado não obtêm nenhum benefício significativo de sobrevida com a linfadenectomia estendida em vez da linfadenectomia padrão. A linfadenectomia estendida também aumentou o risco de complicações e morte nos três meses seguintes à cirurgia.

A U.S. Food and Drug Administration (FDA) aceitou o pedido suplementar de nova indicação do medicamento (sNDA) e concedeu revisão prioritária para acalabrutinibe (Calquence®, AstraZeneca) no tratamento de pacientes adultos com linfoma de células do manto não tratado previamente. A decisão foi baseada nos resultados do estudo de Fase 3 ECHO.

Sulayne Guimarães (foto), da Universidade Federal do Maranhão, é primeira autora de estudo que analisou o perfil imune do carcinoma espinocelular de pênis em pacientes HPV-positivos e HPV-negativos, com achados que fornecem insights para a compreensão do microambiente tumoral e podem informar o desenvolvimento de estratégias de imunoterapia.

Como mudanças nas metas de tratamento afetam os oncologistas? Treinados para focar no tratamento curativo com o objetivo de prolongar a vida, os oncologistas lutam com a decisão de interromper o tratamento curativo e fazer a transição para cuidados paliativos e de fim de vida, como descrevem Lalit Krishna e colegas em artigo na BMC Palliative Care. Os autores destacam que acompanhar os pacientes de câncer ao longo de sua trajetória e cuidar deles no fim da vida pode levar os oncologistas ao sofrimento emocional e impactar negativamente sua identidade profissional.

Entre indivíduos submetidos à triagem de câncer de cólon com teste imunoquímico fecal (FIT), adicionar um teste de antígeno fecal de Helicobacter pylori ao FIT não reduziu as taxas de incidência de câncer gástrico e mortalidade pela doença em comparação com o FIT isolado. Os resultados são de ensaio clínico randomizado pragmático publicado no JAMA Network.

O teste imunoquímico fecal (FIT), seguido de colonoscopia em casos positivos, é comumente empregado para a triagem de câncer colorretal de base populacional. No entanto, a especificidade não é ideal e o desempenho é ruim para a detecção de adenoma avançado. José Guilherme Datorre (foto), do Centro de Oncologia Molecular do Hospital de Câncer de Barretos, é primeiro autor de estudo publicado na Cancer Prevention Research, com resultados demonstrando que a detecção de Fusobacterium nucleatum por PCR digital em gotas auxilia na seleção de indivíduos com FIT positivo que podem obter maior benefício  da colonoscopia.

A U.S.Food and Drug Administration (FDA) aceitou o pedido de licença biológica suplementar (sBLA) e concedeu o status de revisão prioritária para trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama irressecável ou metastático HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2+/ISH-) ou HER2-ultralow (IHC 0 com coloração de membrana) que receberam pelo menos uma terapia endócrina no cenário metastático. A decisão é baseada nos resultados do estudo de Fase 3 DESTINY-Breast06, apresentado no ASCO 2024 e publicado recentemente no New England Journal of Medicine (NEJM).

Em pacientes com colangiocarcinoma intra-hepático localmente avançado, a infusão arterial hepática com floxuridina em combinação com terapia sistêmica pode oferecer controle durável da doença a longo prazo. É o que demonstram os resultados de longo prazo de um ensaio clínico de Fase 2 de quimioterapia com infusão arterial hepática (IAH) mais quimioterapia sistêmica, com uma coorte retrospectiva de pacientes tratados com IAH no Memorial Sloan Kettering Cancer Center. O trabalho foi publicado no Journal of National Cancer Institute (JNCI).

Erick Saldanha (foto) é o primeiro autor  de pesquisa que descreve a qualidade do tratamento do câncer no início da pandemia de COVID-19 em dois centros oncológicos,  em dois continentes: o Princess Margaret Cancer Center, no Canadá, e o A.C. Camargo Cancer Center, no Brasil, comparando os cuidados em pacientes com câncer de cólon, reto ou anal. Saldanha e colegas mostram que a fase inicial da pandemia de COVID-19 afetou a qualidade da assistência em ambos os centros, mas os resultados relatados no JCO Global Oncology revelam que a magnitude desse impacto foi maior no Brasil.

O brasileiro Daniel Przybysz (foto) é coautor de artigo publicado no Journal of Thoracic Oncology, em revisão que discute as evidências da radioterapia hipofracionada no câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) localmente avançado. Os resultados mostram que apesar do uso crescente do hipofracionamento acelerado nesse cenário de tratamento, apenas um estudo clínico randomizado foi realizado comparando 60 Gy em 15 frações com 60 Gy em 30 frações sem quimioterapia concomitante, com achados que não demonstraram a superioridade do hipofracionamento para esses pacientes.

Qual é a associação de fatores de estilo de vida com câncer de pulmão em diferentes genótipos do gene do receptor do hormônio do crescimento (GHR)? Estudo publicado no Lung Cancer Journal demonstrou que em homens de ascendência japonesa, o genótipo GHR modula a associação do álcool com o risco de câncer de pulmão. “O genótipo GHR não modulou as associações de tabagismo, IMC ou atividade física com a doença”, observaram os pesquisadores.

As atuais diretrizes da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) recomendam olanzapina ou proclorperazina para náuseas refratárias induzidas por quimioterapia, mas faltam comparações diretas para estabelecer sua eficácia relativa. Pesquisa apresentada em sessão oral no ASCO Quality Care Cancer Symposium 2024 preenche uma lacuna nas comparações empíricas, com resultados que solidificam a posição de olanzapina como uma intervenção promissora para náusea refratária, com benefício clínico e estatisticamente significativo na qualidade de vida.

A semelhança entre células da trompa de Falópio e tumores ovarianos borderline (TOB) serosos sugere uma possível ligação de origem, como a salpingite, como fator contribuinte na patogênese do TOB. Estudo de caso-controle de base populacional descobriu que a doença inflamatória pélvica diagnosticada antes de tumores ovarianos borderline foi associada a TOB serosos, mas não aos mucinosos. “Esses achados sugerem que infecções da trompa de Falópio e do tecido circundante podem elevar o risco de TOB serosos”, analisam os autores.

Mais de uma dúzia de espécies bacterianas do microbioma oral foram associadas a um risco 50% maior de desenvolver carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço. “As bactérias e os complexos bacterianos identificados são promissores, juntamente com outros fatores de risco, para identificar indivíduos de alto risco para prevenção personalizada da doença”, afirmaram os autores do estudo publicado no JAMA Oncology.