Terapia CAR T-cel dirigida ao HER2 no sarcoma avançado
Uma combinação de quimioterapia e CAR T-cells dirigidas à proteína HER2 demonstrou segurança e resposta clínica em pacientes adultos e pediátricos com sarcoma avançado HER2-positivo. Os dados do estudo de fase I foram apresentados por Shoba Navai (foto), professora assistente no Centro de Terapia Celular e Genética da Faculdade de Medicina Baylor, Texas, durante a AACR 2019.
Uma terapia CAR T-cell que tem como alvo a proteína mesotelina não mostrou evidência de toxicidade principal e apresentou atividade antitumoral em pacientes com mesotelioma pleural maligno. Os resultados do estudo clínico de fase I foram apresentados por Prasad S. Adusumilli (foto), vice-chefe de cirurgia torácica do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, durante o encontro anual da AACR, que acontece em Atlanta, EUA, entre os dias 29 de março e 3 de abril.
Os números foram superlativos, em mais um ano de muitas promessas e poucas novidades com impacto na prática clínica. Em edição que reforçou tendências, a oncologia personalizada mostrou resultados que ampliam a compreensão de alvos terapêuticos e mecanismos de resistência. Confira o que foi destaque no maior encontro da oncologia mundial.
Novo anti-HER2 e dados de sobrevida do inibidor de ciclinas ribociclibe estão entre os destaques em câncer de mama do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019). A 55ª ASCO marcou, ainda, a apresentação do primeiro estudo randomizado sobre o valor da dieta na redução do risco de morte pela doença.
Câncer de próstata metastático hormônio sensível foi tema de sessão plenária, em cenário marcado por avanços practice changing. No câncer urotelial, anticorpo conjugado apresentou dados encorajadores.
Em parcela de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado, imunoterapia superou resultados históricos. Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019) também destacou a importância de genotipar os pacientes e harmonizar as análises genômicas.
Na oncoginecologia, estudo randomizado de Fase III que comparou dois regimes de tratamento nos carcinossarcomas abriu a sessão oral, em apresentação de Matthew A. Powell, da Universidade de Washington. Os resultados mostraram que o tratamento com paclitaxel e carboplatina não foi inferior a paclitaxel e ifosfamida na população avaliada (Abstract 5500).
No câncer colorretal estádio II de alto risco, nova análise colaborativa do IDEA discutiu a não-inferioridade de três versus seis meses de tratamento adjuvante com FOLFOX/CAPOX. O estudo não conseguiu demonstrar a não-inferioridade, ilustrando resultados que trafegam entre o benefício clínico e a significância estatística. O oncologista Timothy Iveson (foto), do Hospital Universitário Southampton NHS Foundation Trust, Reino Unido, é o primeiro autor do trabalho (Abstract 3501).
No câncer de cabeça e pescoço, resultados do KEYNOTE-048 apoiaram a aprovação pelo FDA da imunoterapia no tratamento de primeira linha da doença recorrente/metastática. Regime TPEx também foi apresentado e pode ser considerado uma opção.
O tratamento de primeira linha com a combinação de dabrafenibe e trametinibe prolongou a sobrevida livre de progressão (SLP) e sugeriu ganho de sobrevida global (SG) em pacientes com melanoma BRAF V600 mutado, com doença metastática ou irressecável. É o que confirmam os resultados de uma análise agrupada, com 5 anos de seguimento, apresentados em sessão oral na ASCO 2019 (Abstract 9507), a partir dos estudos Fase III COMBI-d e COMBI-v.
Que características do paciente podem ser preditoras de alto custo no tratamento oncológico? Estudo da Mayo Clinic apresentado na ASCO 2019 mostrou que a presença de comorbidades, eventos adversos e certos tratamentos recebidos, incluindo imunoterapia e transplante de medula óssea, foram os mais fortes preditores de alto custo terapêutico em pacientes de câncer (Abstract 6633).