Enzalutamida confirma benefício de sobrevida no câncer de próstata metastático hormônio sensível
A adição de enzalutamida ao tratamento padrão mostrou benefício de sobrevida global (SG) clinicamente significativo em homens com câncer de próstata metastático hormônio sensível (mHSPC), como demonstram dados da primeira análise provisória do estudo ENZAMET (HR 0,67; p=0,002, Davis et al, NEJM 2019). Agora, resultados com mais de três anos de acompanhamento foram destaque no ASCO 2022, demonstrando que pacientes tratados com enzalutamida tiveram risco 30% menor de morte ou progressão da doença (LBA 5004). O oncologista Eduardo Zucca (foto) comenta os resultados.
A ressecabilidade tumoral do câncer de pâncreas estadiado como irressecável no diagnóstico primário deve ser reavaliada após o tratamento neoadjuvante. Para examinar o papel da radioterapia nesse cenário, o estudo CONKO-007 avaliou o papel da quimioterapia sequencial e da quimiorradioterapia neoadjuvante na doença localmente avançada não ressecável. Os resultados apresentados na Sessão Oral de Tumores Gastrointestinais do ASCO 2022 mostraram que adição de radioterapia após a quimioterapia de indução melhorou a taxa de ressecção R0 (50 vs 69%) CRM negativo (25 vs 47%) e pCR (1 vs 18%) quando avaliados os pacientes que foram para cirurgia, sem alteração significativa na taxa de ressecção R0 na população total que foi randomizado (18 vs 25% p=ns), mas manteve aumento de pCR (1 vs 7%) ressecção R1 (10 vs 3%) e CRM negativo (9 vs 17%). O radio-oncologista Bernardo Salvajoli (foto) comenta o trabalho.
Estudo australiano selecionado em Poster Discussion no ASCO 2022 (PEARL) não mostrou benefício de cuidados paliativos precoces em pacientes com câncer de pulmão avançado recém diagnosticados.
Análise post hoc de estudo de Fase 3 (VISION) apresentada em sessão oral no ASCO 2022 mostrou dados da eficácia clínica de [177Lu] Lu-PSMA-617 no câncer de próstata metastático resistente à castração PSMA-positivo. O oncologista José Mauricio Mota, chefe do Grupo de Tumores Geniturinários da Oncologia Clínica do ICESP/FMUSP e oncologista titular da Oncologia D’Or, comenta os resultados.
No câncer de cólon estádio II, uma abordagem de tratamento guiada por DNA tumoral circulante (ctDNA) reduziu o uso de quimioterapia adjuvante, sem comprometer a sobrevida livre de recorrência. Os resultados do estudo randomizado de fase II DYNAMIC foram apresentados em sessão oral no ASCO 2022 por Jeanne Tie (foto), oncologista do Peter MacCallum Cancer Centre, Austrália, e publicados simultaneamente na New England Journal of Medicine.
A brasileira Renata Ferrarotto (foto), professora associada e diretora de Pesquisa Clínica em Cabeça e Pescoço do MD Anderson Cancer Center, é primeira autora de estudo de Fase 2 com axitinibe e avelumabe em pacientes com carcinoma adenoide cístico. Os resultados, com elevada taxa de resposta e sobrevida livre de progressão de 57% em 6 meses, são tema de Poster Discussion (Abstr 6019).
Estudo que avaliou 177 Lu-PSMA-617 (LuPSMA) versus cabazitaxel no câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC) apresentou resultados de sobrevida global após acompanhamento médio de 3 anos (TheraP/ANZUP 1603). Quem comenta os resultados é o oncologista José Mauricio Mota (foto), chefe do grupo de tumores geniturinários (oncologia clínica) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-FMUSP) e oncologista titular da Oncologia D’Or.
Guilherme Nader-Marta (foto), do Institut Jules Bordet (Université Libre de Bruxelles), apresenta na sessão de pôster trabalho que discute o impacto do diagnóstico de câncer e dos diferentes tipos de terapias sistêmicas antineoplásicas na resposta imunológica antiviral após a vacinação contra COVID-19. O oncologista foi contemplado com o Annual Meeting Merit Awards, destinado a jovens oncologistas que são os primeiros autores de trabalhos de alta qualidade selecionados para apresentação no congresso de Chicago.
No câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado, a alta expressão de PD-L1 (> 50%) demonstra resposta e sobrevida superiores com inibidores de checkpoint imune em comparação com a quimioterapia. Estudo de Fase I apresentado em Poster Discussion no ASCO 2022 sugere que é seguro e viável substituir quimioterapia por durvalumabe concomitante a radioterapia (RT) em pacientes com CPCNP localmente avançado com alta expressão de PD-L1.
Estudo de Fase 2 avaliou a eficácia e tolerabilidade da combinação de Ixazomibe-Daratumumabe (Ixa-Dara) sem dexametasona em idosos frágeis com mieloma múltiplo recidivado (RRMM). Os resultados foram apresentados por Xavier Leleu, do grupo francês de pesquisa em mieloma, e mostram que em um seguimento mediano de 11,6 meses, a sobrevida livre de progressão mediana foi de 16 meses e a mediana de sobrevida global não foi alcançada (estimada em 76% em um ano). O oncohematologista Angelo Maiolino (foto) comenta os principais achados.
Na análise primária do ensaio DESTINY-Breast03 (NCT03529110), com data de corte de 21 de maio de 2021, o anticorpo droga conjugado trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) mostrou superioridade sobre T-DM1 em pacientes com câncer de mama metastático HER2+, com benefício significativo de sobrevida livre de progressão (HR, 0,284; IC 95%, 0,217-0,373; P <0,001) e perfil de segurança consistente com estudos anteriores. Agora, análise apresentada no ASCO 2022 atualiza os dados de segurança com acompanhamento mais longo e mostra que eventos adversos graves e de qualquer grau foram semelhantes nos dois braços de análise, enquanto as taxas de incidência ajustadas à exposição foram menores para T-DXd, apoiando o benefício clínico de T-DXd sobre T-DM1.