ASCO 2021: ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO NO CÂNCER DE RETO LOCALMENTE AVANÇADO
Com múltiplas opções de manejo, o que considerar para definir a melhor estratégia de tratamento no câncer de reto localmente avançado? A pergunta foi tema do ASCO 2021, em Sessão Baseada em Casos que contou com a participação de Emmanouil Fokas, da Universidade de Frankfurt, apresentando a perspectiva do radio-oncologista. O especialista é convidado da TV ONCONEWS, em vídeo com participação do cirurgião colorretal Rodrigo Perez e do oncologista Jorge Sabbaga. Assista.
O oncologista Vladimir Galvão (foto), pesquisador do Early Clinical Drug Development Group no Instituto de Oncologia do Hospital Vall d’Hebron, é primeiro autor de pôster selecionado para o ASCO 2021 que avaliou o valor prognóstico e preditivo da quantificação do DNA tumoral circulante (ctDNA) em pacientes tratados com inibidores de checkpoint imune em ensaios clínicos de fase inicial.
Os brasileiros Cristiane Decat Bergerot (psicóloga) e Paulo Gustavo Bergerot (oncologista), do Centro de Câncer de Brasília (CETTRO), são coautores sênior de dois estudos selecionados para o programa científico do ASCO 2021, fruto de uma parceria de colaboração científica internacional com o grupo DumaLab.
Selecionado no programa do ASCO 2021, o estudo FIRE-4.5 (AIO KRK-0116) comparou FOLFOXIRI mais cetuximabe ou bevacizumabe em pacientes com câncer colorretal metastático com mutação BRAF V600E (mCRC) sem tratamento prévio para doença metastática. Quem comenta é a oncologista Rachel Riechelmann (foto), diretora do Departamento de Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
A médica e pesquisadora brasileira Ingrid Mayer (foto), do Vanderbilt-Ingram Cancer Center, é primeira autora de estudo do grupo cooperativo ECOG/ACRIN apresentado no ASCO 2021 e com publicação simultânea no Journal of Clinical Oncology (JCO). Destacado em sessão oral, o estudo mostra que agentes de platina não melhoram a sobrevida livre de doença em pacientes com câncer de mama triplo-negativo (TNBC) do subtipo basal pós-quimioterapia neoadjuvante, e estão associados a maior toxicidade quando comparados com capecitabina.
Artigo publicado no Educational Book da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) analisa as inovações recentes no desenho de estudos de fase I sob a perspectiva das várias partes interessadas, fornecendo recomendações para futuros ensaios. O oncologista Roberto Pestana (foto), do Hospital Israelita Albert Einstein e ex-fellow no MD Anderson Cancer Center, é coautor do trabalho.
O estudo randomizado de fase III CheckMate 649 demonstrou sobrevida global superior da combinação de nivolumabe e quimioterapia na primeira linha de tratamento de pacientes com câncer gástrico, de junção gastroesofágica e adenocarcinoma esofágico avançado, com benefício de sobrevida livre de progressão e perfil de segurança aceitável em pacientes cujos tumores expressam PD-L1 CPS ≥ 5 e ≥ 1, e em todos os pacientes randomizados (Moehler et al. Ann Oncol 2020). No ASCO 2021, foram apresentados em Sessão Oral dados adicionais para todos os pacientes randomizados. "Os resultados do nosso estudo mudaram o padrão de tratamento de primeira linha do câncer gástrico metastático, que durante muitos anos foi quimioterapia isolada", afirma a oncologista Arinilda Campos Bragagnoli (foto), médica do Hospital de Câncer de Barretos e coautora do trabalho publicado simultaneamente no
A psico-oncologista Cristiane Bergerot (foto), do Centro de Câncer de Brasília (CETTRO), recebeu o Global Oncology Young Investigator Awards 2021 (GO YIA), oferecido pela Conquer Cancer Foundation. A premiação é dada a especialistas em início de carreira como pesquisadores independentes com projetos de pesquisa que tenham reconhecido impacto para diminuir a carga global do câncer. A premiação aconteceu durante a ASCO 2021, realizada em formato virtual.
A adição de enzalutamida (ENZA) à terapia de privação androgênica (ADT, da sigla em inglês) reduziu o risco de progressão radiográfica em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível (mHSPC). Agora, novos dados de análise post hoc apresentada no ASCO 2021 demonstram que ENZA + ADT proporciona benefício clínico em pacientes com metástases ósseas, independentemente da carga da doença óssea, apoiando a utilidade de ENZA nessa população de pacientes.
O anti-PD-L1 avelumabe se tornou o primeiro tratamento aprovado para pacientes com carcinoma de células de Merkel metastático (mMCC), com base nos dados de eficácia e segurança observados no ensaio de fase II JAVELIN Merkel 200 (NCT02155647). No ASCO 2021, os pesquisadores relataram os dados de sobrevida global em longo prazo da coorte de pacientes com mMCC cuja doença progrediu após ≥1 linha anterior de quimioterapia. “Esses resultados apoiam ainda mais o papel do avelumabe como tratamento padrão para esses pacientes”, avalia a oncologista Andreia Melo (foto), chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional do Câncer (INCA).