OlympiA: inibidor de PARP adjuvante no câncer de mama precoce BRCA-mutado
Destacado como Late Breaking Abstract 1 no ASCO 2021, o estudo OlympiA mostrou que a adição de 1 ano do inibidor de PARP olaparibe após a conclusão da quimioterapia (neo)-adjuvante padrão, cirurgia e radioterapia (se necessário) melhorou significativamente a sobrevida livre de doença invasiva (IDFS) e a sobrevida livre de doença à distância (DDFS) em pacientes com câncer de mama HER2-negativo em estágio inicial com mutações germinativas BRCA1 e BRCA2 e alto risco de recorrência. “Os resultados de sobrevida (IDFS e DDFS) são practice changing nessa população de pacientes com alto risco de recidiva”, avalia Evandro de Azambuja (foto), oncologista do Instituto Jules Bordet, na Bélgica, e coautor do estudo, que teve publicação simultânea na New England Journal of Medicine.
Selecionado para apresentação em Sessão Plenária do ASCO 2021, o estudo JUPITER-021 (LBA2) demonstrou que a adição da imunoterapia toripalimab à quimioterapia padrão na primeira linha de tratamento do carcinoma nasofaríngeo recorrente ou metastático prolongou a sobrevida livre de progressão em comparação com placebo, com uma mediana de 11,7 vs 8 meses, respectivamente. A oncologista Aline Lauda Chaves (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) e médica da DOM Oncologia, comenta os resultados.
A quimioterapia adjuvante administrada após o tratamento padrão de quimiorradioterapia não melhora a sobrevida de mulheres com câncer cervical localmente avançado e está associada a efeitos colaterais adicionais. É o que mostram os resultados de ensaio internacional de Fase III destacado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), com dados que mudam a prática clínica. A oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues (foto), pesquisadora da UFMG e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG), comenta os resultados.
Ensaio multicêntrico de Fase 3 (KEYNOTE-564) avaliou o anti PD-1 pembrolizumabe versus placebo em pacientes com ccRCC confirmado histologicamente, com risco intermediário alto (pT2, Gr 4 ou sarcomatoide, N0 M0; ou pT3, qualquer Gr, N0 M0) e alto risco (pT4, qualquer Gr, N0 M0; ou pT qualquer estágio, qualquer Gr, N + M0), ou M1 NED (nenhuma evidência de doença após tumor primário + metástases de tecidos moles completamente ressecadas ≤1 ano de nefrectomia) (Leibovich et al, 2003 ; Fuhrman et al, 1982). Quem comenta é o oncologista Daniel Vilarim (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital de Base, em São José do Rio Preto, SP.
Selecionado para a Sessão Plenária do ASCO 2021 (LBA4), o estudo VISION demonstrou que a adição de 177Lu-PSMA-617 ao tratamento padrão ou de suporte melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão radiográfica (rPFS) e a sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC) em comparação com o padrão de cuidados isolado. “Os resultados do estudo VISION impactarão de forma significativa a prática médica”, observa o oncologista José Maurício Mota (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica Geniturinária do ICESP/FMUSP e médico da Oncologia D’Or. O oncologista Michael J. Morris, chefe da Seção de Câncer de Próstata no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, é o primeiro autor do trabalho.
Nos últimos 17 anos, a incidência de câncer de colo do útero diminuiu anualmente em 1%, enquanto a incidência de outros cânceres relacionados ao papilomavírus humano (HPV) continua a aumentar. Os resultados são de uma revisão da incidência e tendências dos tumores HPV-relacionados que considerou dados de 657.317 indivíduos e está entre os destaques do programa científico do 2021 American Society of Clinical Oncology Annual Meeting (ASCO 2021). Quem comenta é a bióloga Luisa Lina Villa (foto), referência em pesquisa do HPV.
Destaque do programa científico do ASCO 2021, o RELATIVITY-047 é o primeiro estudo randomizado de Fase III a validar a inibição do checkpoint imunológico LAG-3 como uma estratégia terapêutica para pacientes com câncer, demonstrando benefício de sobrevida livre de progressão da combinação de nivolumabe e relatlimabe (um novo anticorpo bloqueador de LAG-3) no tratamento de primeira linha do melanoma avançado. "A apresentação do estudo RELATIVITY-047 sobre tratamento de melanoma avançado em primeira linha , por Evan Lipson e colegas neste ASCO 2021 é muito aguardada. Reconhecendo que cerca de 60%-70% dos pacientes tratados com inibidores de checkpoint não apresentam os resultados favoráveis positivos vistos nos estudos clínicos de imunoterapia e apresentam taxas de toxicidades muitas vezes proibitivas, a combinação de anti-PD1 com o novo inibidor de LAG3 é recebida com grande entusiasmo", avalia o oncologista Sergio Azevedo (foto), Professor da Faculdade de Medicina da UFRGS e Chefe do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Estudo observacional apontado entre os destaques do ASCO 2021 indica que o rastreamento do câncer de próstata pode ser útil em indivíduos de alto risco. A análise é de pesquisadores da Universidade da Califórnia e envolveu quase 5 mil afro-americanos de 40 a 55 anos. Os resultados sugerem que aumentar a intensidade do rastreamento por PSA nessa população reduziu em quase 40% o risco de doença metastática de novo, com redução de quase 25% no risco de morte entre os mais jovens. Carlos Anselmo Lima (foto), coordenador do Registro de Câncer de Base Populacional de Aracaju, comenta os resultados.
Pedro Henrique Perillo, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), é primeiro autor de trabalho apresentado no BBCS 2021 que avaliou a influência da comunicação no diagnóstico do câncer de mama e as repercussões no tratamento, utilizando como parâmetro o Centro Avançado de Diagnóstico de Câncer de Mama (CORA / HC-UFG) em Goiânia-GO.
Estudo selecionado para apresentação oral no Brazilian Breast Cancer Symposium (BBCS 2021) comparou o número de diagnósticos de câncer de mama realizados no sistema público de saúde do Brasil no período de 2015 a 2019 (antes da pandemia de COVID-19), com aqueles realizados durante a pandemia (2020).
Édipo Giovani França Lara, pesquisador em Fisiologia do Exercício da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é primeiro autor de estudo que buscou avaliar o impacto da prática de exercícios físicos na aptidão física e composição corporal de pacientes que finalizaram o tratamento curativo para o câncer de mama, bem como mensurar o impacto da prática de atividade física em mulheres com transtorno da compulsão alimentar periódica. O trabalho foi selecionado para o Brazilian Breast Cancer Symposium (BBCS 2021).