Inibidores de bomba de prótons e antibióticos em pacientes tratados com inibidores de checkpoint imune, os dados do ICESP
Maria Del Pilar Diz (foto), do ICESP, é autora sênior de estudo aceito no programa científico do ASCO 2021, com resultados sugerindo que o uso concomitante de inibidores da bomba de prótons (PPI) e antibióticos (ATB) está associado a aumento da toxicidade em pacientes de câncer tratados com inibidores de checkpoint imune (ICI), com impacto na sobrevida global e livre de progressão.
Munir Murad Junior (foto), médico da Clínica Oncomed, de Belo Horizonte, é primeiro autor de estudo brasileiro que integra o programa científico do ASCO 2021 e mostra que a taxa de uso de quimioterapia no último mês de vida permanece alta entre os pacientes com câncer no Brasil.
Com base nos resultados do ensaio de Fase II DESTINY-Breast01, o conjugado anticorpo-droga trastuzumabe deruxtecan (T-DXd) foi aprovado para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama HER2+ irressecável ou metastático (mBC) que receberam ≥2 regimes anteriores baseados em anti-HER2 (EUA e Europa) ou fizeram quimioterapia e são refratários ou inelegíveis aos tratamentos padrão (Japão). Na ASCO 2021, análise de subgrupo mostrou resultados de T-DXd em pacientes com história de metástases cerebrais (BMs). “A possibilidade de emprego do trastuzumabe deruxtecan com taxa de resposta sustentável para metástases em SNC torna a droga bastante promissora”, avalia a oncologista Daniella Ramone (foto), médica do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte.
Sibylle Loibl, do German Breast Group, apresentou no ASCO 2021 dados de estudo randomizado (GeparNuevo) que avaliou o anti PD-L1 durvalumabe em pacientes com câncer de mama triplo negativo no cenário neoadjuvante (Abstract 506).
Estudo cooperativo do AGO Study Group confirma que a duração do tratamento com bevacizumabe (BEV) de 15 meses continua sendo o padrão terapêutico em pacientes com câncer de ovário epitelial (CEO), câncer de trompas de falópio (CTF) ou câncer peritoneal primário (CPP). Os resultados apresentados no ASCO 2021 mostram que o tratamento mais longo com BEV por até 30 meses não melhorou a sobrevida global, nem a sobrevida livre de progressão nessa população de pacientes.
Estudo cooperativo do NRG Oncology/NSABP destacado em sessão oral mostra resultados do Breast Cancer Index (BCI) como preditor do benefício da terapia estendida com inibidor de aromatase no câncer de mama receptor hormonal (RH+). “O estudo conclui que o BCI preditivo não discriminou o benefício do letrozol estendido em relação ao intervalo livre de recorrência, e que a recorrência à distância foi tempo dependente”, esclarece o mastologista Silvio Bromberg (foto).
Estudo multicêntrico italiano (TOTEM) apresentado na sessão de câncer ginecológico mostra que o uso rotineiro de exames de imagem e laboratoriais em pacientes tratadas para câncer de endométrio não tem impacto em sobrevida global ou em qualidade de vida. “Os resultados nos mostram que nem sempre um seguimento mais intensivo com múltiplos exames de imagem traz benefícios em termos de sobrevida para pacientes com câncer”, avalia Mariana Scaranti (foto), oncologista da DASA.
Mateus Bringel Oliveira Duarte (foto), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é primeiro autor de estudo financiado pela FAPESP e selecionado para o programa científico do ASCO 2021. Estudos anteriores sugeriram que a terapia de privação androgênica (ADT) poderia reduzir a infecção por SARS-COV2. Nesta análise, os pesquisadores avaliam se existe associação entre ADT e maior sobrevida em pacientes com câncer de próstata com COVID-19.
Pesquisadores do MD Anderson Cancer Center apresentaram no ASCO 2021 dados de uma análise combinada de 2 ensaios clínicos randomizados (STARS / ROSEL) que compararam a lobectomia com a dissecção do linfonodo mediastinal (L-MLND) versus radioterapia ablativa estereotáxica (SABR) em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio I operável. Em 3 anos, a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão não diferiram entre os braços de análise.
No estudo de fase III JAVELIN Bladder 100, avelumabe de manutenção em primeira linha + melhor tratamento de suporte prolongou significativamente a sobrevida global vs BSC isolado em pacientes com carcinoma urotelial avançado que não progrediram à quimioterapia à base de platina. Agora, em Poster Discussion no ASCO 2021, foram apresentadas análises post hoc de subgrupos clínicos e genômicos. O oncologista Eduardo Zucca (foto), Diretor de Ensino e Pesquisa do Instituto do Câncer Brasil (ICB), comenta os resultados.
DESTINY-Gastric01 é um estudo aberto, multicêntrico, randomizado, de fase II, que avalia trastuzumabe-deruxtecan em pacientes com câncer gástrico avançado ou adenocarcinoma de junção gastroesofágica HER2-positivo. No ASCO 2021 foi apresentada a análise final de sobrevida global, bem como dados de eficácia e segurança atualizados. “A atualização do estudo DESTINY-Gastric01 confirma a eficácia identificada na publicação original, com dados surpreendentes de sobrevida, taxa de resposta e duração de resposta em uma população politratada”, avalia o oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro da diretoria do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).