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ASCO GU 2025

Andre Zambrana (na foto, à direita), residente em urologia na UNICAMP, é primeiro autor de estudo selecionado como pôster no ASCO GU 2025 que traz insights sobre biomarcadores e estratégias terapêuticas a partir da análise de amostras de tecido vesical de pacientes com câncer de bexiga. Wagner Fávaro (à esquerda), pesquisador em oncologia e nanomedicina, é autor sênior do trabalho.

A pontuação de 24 genes dos resultados da radioterapia pós-operatória (PORTOS, da sigla em inglês) pode ser utilizada para personalizar a dose de radiação para pacientes com câncer de próstata, permitindo a seleção daqueles com maior probabilidade de benefício do escalonamento de dose. O estudo foi selecionado para apresentação em sessão oral no ASCO GU 2025. Robson Ferrigno (foto), médico especialista em Radioterapia, comenta os resultados.

Dados apresentados no ASCO GU 2025 por Nicholas James (foto) apoiam ainda mais o uso de adesivos de estradiol transdérmico (tE2) como terapia de privação androgênica (ADT) no câncer de próstata. As respostas do PSA no braço tE2+ inibidores da via do receptor de andrógeno (ARPIs) foram semelhantes às de pacientes tratados com análogos do hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRHa) + ARPIs, como revela novo braço de análise da plataforma STAMPEDE.

O estudo TALAPRO-2 atingiu seu desfecho primário, mostrando melhor sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) para a combinação de talazoparibe + enzalutamida (TALA+ENZA) vs placebo+ ENZA em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) na coorte com deficiência de reparo de recombinação homóloga (coorte 2). No ASCO GU 2025, Karim Fizazi (foto) apresentou dados finais de sobrevida global, uma atualização da rSLP e acompanhamento de segurança estendido na coorte 2, com resultados que estabelecem TALA+ENZA como um padrão de cuidados para tratamento de primeira linha nessa população de pacientes.

Uma dieta rica em ômega-3 e pobre em ômega-6 com óleo de peixe por 1 ano resultou em uma redução significativa no índice Ki-67 (em comparação ao grupo controle), um biomarcador para progressão, metástase e morte do câncer de próstata, em pacientes com doença grau 1 ou 2 em vigilância ativa. Os resultados são do ensaio clínico randomizado CAPFISH-3, apresentados por William Aronson (foto), urologista na Universidade da Califórnia (UCLA), em sessão Rapid Oral Abstract no ASCO GU 2025.

Análise interina do ensaio ENZA-p com acompanhamento mediano de 20 meses mostrou melhora na sobrevida livre de progressão do PSA e na profundidade da resposta do PSA com a adição de LuPSMA à enzalutamida como tratamento de primeira linha para câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) de alto risco. No ASCO GU 2025, dados de acompanhamento mais prolongado apresentados por Louise Emmett (foto) mostram que LuPSMA mais enzalutamida melhorou a sobrevida global (mediana de 34 vs 26 meses) e foi superior em todos os desfechos avaliados, incluindo saúde global e qualidade de vida.

Revisão sistemática e meta-análise apresentada no ASCO GU 2025 pelo urologista Gustavo Franco Carvalhal (foto) buscou avaliar a incidência de insuficiência renal aguda (IRA) em pacientes com câncer de próstata em terapia de privação de andrógeno (ADT). Os resultados mostram que a ADT foi associada a um risco aumentado de IRA, enquanto nenhuma associação estatística foi encontrada entre o uso de agonistas de GnRH e IRA. A orquiectomia apresentou menor risco de comprometimento renal comparada aos agonistas de GnRH.

Análise secundária do estudo de Fase III VISION apresentada no ASCO GU 2025 comparou a eficácia e a segurança do radioligante 177Lu-PSMA-617 em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) tratados com versus sem inibidores da via do receptor de andrógeno (ARPIs) concomitante. Os resultados indicam que a sobrevida global (SG) foi significativamente diferente em pacientes tratados com ARPIs concomitante vs aqueles sem, enquanto outros desfechos de eficácia não diferiram. “Esses achados devem ser considerados como geradores de hipóteses e uma análise multivariada foi planejada para verificar a influência de potenciais vieses, como a exposição variada a ARPIs e características diferentes dos pacientes”, analisam os pesquisadores.

Estudo selecionado como Late Breaking Abstract (LBA138) no ASCO GU 2025 demonstrou que a associação de mevrometostat (M), um potente inibidor do zeste homólogo 2, com enzalutamida (E), conferiu resultados superiores em comparação com enzalutamida isolada em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm), com um perfil de eventos adversos ​​manejável. Apresentados em sessão Rapid Oral, os resultados indicam que na combinação M+E, mevrometostat 875 mg com alimentos tem exposição plasmática semelhante a M 1250 mg com estômago vazio.

Avanços na triagem e tratamento do câncer de próstata estão entre os destaques do Simpósio de Cânceres Geniturinários da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO GU) de 2025, que acontece de 13 a 15 de fevereiro em São Francisco, Califórnia. O encontro é o único evento global multidisciplinar para novos dados de alto impacto sobre a pesquisa, diagnóstico e tratamento de malignidades GU, incluindo câncer de bexiga e urotelial, câncer de próstata, testículos, câncer renal e tumores de glândulas adrenais.