SUMMIT URO-ONCO 2019 aposta no caráter multidisciplinar
Cerca de 100 urologistas e oncologistas clínicos se reuniram em São Paulo no ZODIAC SUMMIT URO-ONCO 2019, um grande encontro multidisciplinar que compartilhou o melhor da AUA 2019 e da reunião anual da ASCO, com atualizações em HPB, BHA e câncer de próstata. O urologista William Nahas, do ICESP, foi chairman do programa científico e destacou o formato inovador, que abrigou duas apresentações simultâneas para valorizar o caráter multidisciplinar do encontro.



Os números foram superlativos, em mais um ano de muitas promessas e poucas novidades com impacto na prática clínica. Em edição que reforçou tendências, a oncologia personalizada mostrou resultados que ampliam a compreensão de alvos terapêuticos e mecanismos de resistência. Confira o que foi destaque no maior encontro da oncologia mundial.
Novo anti-HER2 e dados de sobrevida do inibidor de ciclinas ribociclibe estão entre os destaques em câncer de mama do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019). A 55ª ASCO marcou, ainda, a apresentação do primeiro estudo randomizado sobre o valor da dieta na redução do risco de morte pela doença.
Câncer de próstata metastático hormônio sensível foi tema de sessão plenária, em cenário marcado por avanços practice changing. No câncer urotelial, anticorpo conjugado apresentou dados encorajadores.
Em parcela de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado, imunoterapia superou resultados históricos. Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019) também destacou a importância de genotipar os pacientes e harmonizar as análises genômicas.
Na oncoginecologia, estudo randomizado de Fase III que comparou dois regimes de tratamento nos carcinossarcomas abriu a sessão oral, em apresentação de Matthew A. Powell, da Universidade de Washington. Os resultados mostraram que o tratamento com paclitaxel e carboplatina não foi inferior a paclitaxel e ifosfamida na população avaliada (Abstract 5500).
No câncer colorretal estádio II de alto risco, nova análise colaborativa do IDEA discutiu a não-inferioridade de três versus seis meses de tratamento adjuvante com FOLFOX/CAPOX. O estudo não conseguiu demonstrar a não-inferioridade, ilustrando resultados que trafegam entre o benefício clínico e a significância estatística. O oncologista Timothy Iveson (foto), do Hospital Universitário Southampton NHS Foundation Trust, Reino Unido, é o primeiro autor do trabalho (Abstract 3501).
No câncer de cabeça e pescoço, resultados do KEYNOTE-048 apoiaram a aprovação pelo FDA da imunoterapia no tratamento de primeira linha da doença recorrente/metastática. Regime TPEx também foi apresentado e pode ser considerado uma opção.