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O estudo ARTICUNO avaliou retrospectivamente dados sobre a atividade de osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado com mutações pouco comuns do EGFR (uEGFR) tratados em 21 centros clínicos entre agosto de 2017 e março de 2023. “Este é o maior conjunto de dados de CPNPC com alterações incomuns de EGFR tratados com osimertinibe”, destacam os autores em artigo publicado no ESMO Open. A oncologista Clarissa Baldotto (foto), Diretora do Núcleo de Integração Oncológica at Oncologia D'Or, analisa os resultados.

Diretrizes profissionais, como as do Choosing Wisely, tentaram reduzir exemplos específicos de uso excessivo de assistência médica, um desafio crescente para sistemas de saúde e pacientes em todo o mundo. Estudo que avaliou o uso de tomografia por emissão de pósitrons de vigilância (PETCT) em pacientes com câncer colorretal tratados com intenção curativa mostrou que, apesar de várias diretrizes advogando contra o uso de PETCT para vigilância desses pacientes, ainda há grande volume de PETCTs realizados em discordância com as recomendações.

Estudo de Dufresne et al. publicado no ESMO Open é o primeiro a examinar a prevalência e o impacto prognóstico dos subtipos NY-ESO-1 e HLA-A em pacientes com sarcomas sinoviais metastáticos. Embora tenha identificado que 61% dos pacientes foram positivos para o subtipo NY-ESO-1; 45% para HLA-1 e 25% foram positivos para os dois subtipos, a análise mostrou baixa sobrevida global nessa população de pacientes, com mediana de 26,4 meses, independentemente da expressão ou linha de tratamento.

Marcela Vieira Lordelo (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, é primeira autora de estudo randomizado que avaliou a aceitação, completude e preferência de diferentes métodos de coleta de material para o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres residentes nas áreas de baixa renda na cidade de Barretos. Os resultados foram publicados na PlosOne e mostram que métodos que podem ser oferecidos em visita domiciliar incentivam maior aceitação e conclusão da triagem.

O conjugado de anticorpo-medicamento trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, AstraZeneca e Daiichi Sankyo) recebeu a designação de terapia inovadora (do inglês, BTD - Breakthrough Therapy Designation), para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2+/ISH-) ou HER2-ultralow (IHC >0 <1+) metastático ou irressecável que receberam duas linhas de terapia endócrina no cenário metastático, ou uma linha de terapia endócrina em caso de progressão da doença dentro de seis meses do início do tratamento de primeira linha com terapia endócrina em combinação com um inibidor de CDK4/6, ou dentro de 24 meses do início da terapia endócrina adjuvante. A decisão da agência norte americana Food and Drug Administration (FDA) foi baseada nos dados do ensaio de fase 3 DESTINY-Breast06, apresentado em sessão oral no ASCO 2024.

Um modelo de risco demonstra que a capacidade de prever a pancreatectomia fútil pode ajudar a selecionar pacientes para ressecção inicial ou terapia neoadjuvante no adenocarcinoma ductal pancreático, como relatam Crippa et. al, no Jama Sugery. Felipe José Fernandez Coimbra (foto), líder do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center, analisa o estudo.

Em um corredor no andar térreo do prédio central do HCor, no bairro do Paraíso em São Paulo, uma porta dá acesso a uma das maiores promessas da ciência na pesquisa e tratamento do câncer: um biobanco de tumores e de biópsia líquida com foco em células tumorais circulantes (CTCs), coordenado pela farmacêutica bioquímica Ludmilla Thomé Domingos Chinen (foto). Identificado com uma placa que traz os nomes de Telmo Porto e Laís Zogbi Porto, o biobanco de tumores nasceu de um sonho. “Telmo teve um glioblastoma e queria que seu tumor fosse armazenado para pesquisas futuras. Ele e a esposa doaram recursos e foi desse ideal que veio a construção do biobanco, concluída em 2023”, explica Ludmilla.

O tratamento cirúrgico do câncer de mama passou progressivamente da mastectomia radical para a cirurgia conservadora da mama. Meta-análise de Tian et al. publicada na The Breast comparou a cirurgia oncoplástica  com a cirurgia conservadora da mama convencional em termos de eficácia e segurança, com achados que favorecem a oncoplástica nos principais desfechos avaliados, incluindo redução significativa da taxa de reexcisão, redução da taxa de recorrência local e redução de margens cirúrgicas positivas, além de maior satisfação cosmética. Comenta o trabalho, Cícero Urban (foto), mastologista e especialista em cirurgia oncológica do Hospital Nossa Senhora das Graças e do Centro de Doenças da Mama em Curitiba.

A U.S Food and Drug Administration (FDA) aprovou durvalumabe (Imfinzi®, AstraZeneca) com quimioterapia contendo platina como tratamento neoadjuvante, seguido por durvalumabe isolado como tratamento adjuvante após cirurgia para adultos com câncer de pulmão de células não pequenas ressecável (tumores ≥ 4 cm e/ou linfonodo positivo) sem mutação conhecida do EGFR ou rearranjos ALK. Publicada no dia 15 de agosto, a decisão é baseada nos resultados do estudo AEGEAN.

Artigo publicado no Journal of the National Cancer Institute (JNCI) apresenta o Consórcio Exercise and Nutrition to Improve Cancer Treatment-Related Outcomes (ENICTO), iniciativa financiada pelo National Cancer Institute que pretende aprofundar o conhecimento sobre o impacto da atividade física e da nutrição em resultados clínicos.

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou diretrizes para o manejo de pacientes com câncer retal localmente avançado. As recomendações estão em acesso aberto no Journal of Clinical Oncology (JCO), em artigo com participação do cirurgião Rodrigo Perez (foto), coordenador de cirurgia colorretal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Karoline Brito Andrade Coelho (foto), pesquisadora do laboratório de uro-oncologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, é primeira autora de mini-revisão publicada na Frontiers in Oncology , em trabalho que descreve os painéis existentes de mRNAs que atuam como biomarcadores no câncer de bexiga, com foco especial no câncer de bexiga sem invasão muscular.

A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu o status de revisão prioritária ao Pedido de Licença Biológica Suplementar (sBLA) para durvalumabe (Imfinzi®, AstraZeneca) no tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) em estágio limitado cuja doença não progrediu após quimiorradioterapia concomitante à base de platina (cCRT). A decisão é baseada nos resultados positivos do estudo de Fase 3 ADRIATIC, apresentado em sessão plenária no ASCO 2024.

Estudo sul-coreano demonstrou que a adoção de cuidados paliativos em pacientes com  câncer avançado teve impacto positivo no estado geral de saúde e na qualidade de vida no intervalo de 18 semanas, mas não mostrou diferenças significativas em 24 semanas. No entanto, houve melhora nas habilidades de enfrentamento entre aqueles que receberam intervenções de cuidados paliativos (CP), especialmente em relação à tomada de decisão, além de maior taxa de sobrevida em 2 anos no grupo que recebeu 10 ou mais intervenções de CP, indicando que a adesão à intervenção intensiva de CP pode aumentar a taxa de sobrevida nessa população de pacientes.

Análise retrospectiva que avaliou o impacto do mapeamento de linfonodo sentinela (SLN) no risco de metástase isolada de linfonodo para-aórtico positivo mostrou que o protocolo SLN prevê com precisão o status linfonodal e pode diminuir o risco de falha na identificação de metástase de linfonodo para-aórtico isolado em comparação com a linfadenectomia sistemática. O estudo tem como primeira autora a médica Jacqueline Menezes (foto) e participação de Glauco Baiocchi, chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do AC Camargo Cancer Center, que assina como autor sênior e autor correspondente.

A radiodermatite é um efeito colateral comum em pacientes submetidos à radioterapia como parte do tratamento multimodal do câncer de mama. Pesquisa com participação de Gustavo Nader Marta (foto), médico especialista em radioterapia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, mostrou que o uso de películas ou curativos de barreira (Mepitel Film, Hydrofilm e StrataXRT) reduziu a incidência de descamação úmida na comparação com o padrão de tratamento, enquanto Hydrofilm e Mepitel Film foram mais eficazes na redução da dor, coceira e sensação de queimação (p < 0,01).