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O envelhecimento populacional representa um desafio importante para o controle global do câncer, já que mais da metade dos novos casos de câncer ocorre em adultos mais velhos. Um programa de desenvolvimento profissional para oncologistas e geriatras, com foco na avaliação geriátrica, se demonstrou viável, levando a um aumento do conhecimento, das competências e do desempenho profissional em oncologia geriátrica. “Isso pode representar um novo método para aumentar a competência geriátrica da força de trabalho no tratamento do câncer na América Latina e globalmente”, analisam os autores, em artigo no JCO Global Oncology.

Daniel Barbalho (foto), mastologista e cirurgião oncoplástico do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, é primeiro autor de estudo que buscou estimar o impacto na qualidade de vida de diferentes tipos de tratamento para pacientes com câncer de mama. Os resultados estão na Frontiers in Oncology e mostram que a conservação da mama e a cirurgia oncoplástica estão associadas à melhor qualidade de vida.

Estudo de Bhavika K. Patel e colegas publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) em julho passado, avaliou prospectivamente a eficácia da triagem complementar de mamografia com contraste (MCC) em mulheres com risco elevado de câncer de mama. “A mamografia com contraste e a ressonância magnética (RM) tem desempenho diagnóstico semelhante na detecção de câncer de mama, mas existem dados limitados da MCC na triagem de câncer de mama de alto risco”, afirmam os autores. A mastologista Simone Elias (foto) analisa os resultados.

Apesar da colaboração International Duration Evaluation of Adjuvant Chemotherapy (IDEA) ter demonstrado que 3 meses de quimioterapia adjuvante com capecitabina e oxaliplatina é uma opção adequada para a maioria dos pacientes com câncer colorretal estágio III, apenas cerca de metade dos pacientes receberam recomendação do tratamento com duração mais curta. É o que demonstra análise de uma coorte contemporânea de mundo real publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO). João Paulo Solar Vasconcelos (foto), oncologista na University of British Columbia, em Vancouver, Canadá, é coautor do trabalho.

Análise que considerou a incidência de 29 tipos de câncer em 183 países estimou as demandas globais de radioterapia em 2022 e 2050. Os resultados mostram que nem a capacidade instalada, nem a força de trabalho atendem às necessidades de radioterapia para enfrentar o desafio do controle do câncer. “Estratégias urgentes são necessárias para capacitar a força de trabalho global de assistência médica e facilitar o direito humano fundamental de acesso à assistência médica adequada”, alertam os autores, em artigo no Lancet Global Health.

Estudo prospectivo que investigou o uso de suplementos alimentares em mulheres com câncer de ovário mostra que, diante da alta prevalência de uso e da proporção de mulheres que iniciam o uso de suplementos quando começam a quimioterapia, os oncologistas devem ser encorajados a discutir a questão com seus pacientes e fornecer informações sobre os riscos conhecidos e potenciais associados ao uso de suplementos.

O ácido tranexâmico (ATX) profilático intraoperatório reduz a transfusão de sangue em pacientes submetidos à cistectomia radical aberta? Resultados de ensaio clínico randomizado revelam que o ATX não reduziu a transfusão de sangue em pacientes submetidos à cistectomia radical aberta para câncer de bexiga. “Com base neste ensaio, o uso rotineiro de ATX durante a cistectomia radical aberta não é recomendado”, destacam os autores.

Os brasileiros Gilberto Castro (na foto, à esquerda) e Thiago Bueno de Oliveira (à direita) são coautores de estudo retrospectivo que avaliou a toxicidade do tratamento com cisplatina mais radioterapia em pacientes com carcinoma espinocelular localmente avançado de cabeça e pescoço. “Apesar da alta conformidade com o tratamento, 62,6% dos eventos adversos relatados foram relacionados à cisplatina. Identificar fatores de risco associados à não conformidade pode permitir a identificação de pacientes inelegíveis para radioquimioterapia baseada em cisplatina, evitando que recebam tratamento inadequado que leve a eventos adversos graves”, analisam os autores.

Estudo que analisou 4626 adolescentes e jovens adultas de 15 a 39 anos com câncer de mama receptor de estrogênio (ER) positivo/ receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2)-negativo mostrou que essas pacientes têm características biológicas únicas e piores resultados. “O câncer de mama ER-positivo/HER2-negativo em adolescentes e jovens adultas foi altamente proliferativo, com grande infiltração de células imunes comparado com o mesmo tipo de câncer em outras faixas etárias”, concluem os autores.

Estudo populacional que envolveu  13.153 homens para avaliar a eficácia e segurança do uso do antígeno prostático específico (PSA) e ressonância nuclear magnética (RNM) no rastreamento do câncer de próstata mostrou que, em um seguimento mediano de 3,9 anos, omitir biópsia em pacientes com resultados negativos de RNM eliminou mais da metade dos diagnósticos de câncer de próstata sem significância clínica e foi associado um risco muito baixo de detecção de cânceres incuráveis ​​ ou de intervalo em rodadas de triagem repetidas. Flavio Mavignier Cárcano (foto), oncologista da Oncoclínicas em Minas Gerais, analisa os resulatdos.

Estudo de base populacional que avaliou a evolução dos padrões epidemiológicos do câncer de tireoide e estimativas de sobrediagnóstico em 63 países revela que a magnitude do sobrediagnóstico ainda preocupa, com expansão importante de 2013 a 2017 nos países em transição epidemiológica, projetando o sobrediagnóstico do câncer de tireoide como um desafio global de saúde pública que precisa ser abordado. O oncologista Gilberto de Castro Júnior (foto), médico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês e chefe da área de Oncologia Torácica e de Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), analisa o trabalho.

Ana Paula Kubaski Benevides (foto), pesquisadora do Instituto Carlos Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Curitiba,  é primeira autora de estudo publicado na Frontiers in Oncology, com achados que mostram a expressão HOTAIR e PTGS2 como potenciais biomarcadores na leucemia mieloide crônica (LMC) em pacientes tratados com imatinibe. “Nossos resultados sugerem uma relação entre a resposta ao imatinibe e a regulação negativa de PTGS2 e HOTAIR, pois os pacientes com LMC com maior expressão dessas transcrições responderam com sucesso ao imatinibe”, descreve a análise.

O câncer de pulmão continua sendo um problema crítico de saúde pública, com desafios na prevenção, diagnóstico e tratamento. Revisão de Meyer et al. apresenta o cenário atual da pesquisa e gestão do câncer de pulmão, assim como os desafios e potenciais soluções. O trabalho conta com participação de especialistas globais de instituições acadêmicas e sociedades médicas, agências reguladoras, indústrias farmacêuticas e de biotecnologia, além de grupos de defesa de pacientes. Entre os apelos para a colaboração global, os autores destacam a importância de programas de cessação do tabagismo e a necessidade de avançar na triagem da população de risco.

Artigo de Vaz Batista et al. no ESMO Open apresenta resultados do estudo de fase II DEBBRAH, indicando que  trastuzumabe deruxtecana mostrou atividade intracraniana promissora em pacientes com câncer de mama avançado HER2-low fortemente pré-tratados e com metástases cerebrais ativas, com mediana de sobrevida livre de progressão de 5,4 meses e respostas duráveis na população avaliada.

Revisão sistemática e meta-análise buscou avaliar os fatores ambientais associados ao câncer de vesícula biliar. Os resultados publicados no periódico Clinical Gastroenterology and Hepatology indicam que o índice de massa corporal, circunferência do quadril, infecção dos ductos biliares, obesidade, sobrepeso, circunferência abdominal e razão cintura-altura foram associados ao aumento do risco da doença.

Estudo publicado na The Breast buscou desenvolver um arquivo abrangente específico para câncer de mama de medidas de resultados relatados pelos pacientes (PROMs). “Apesar da inclusão de resultados relatados pelo paciente (PROs) em ensaios clínicos de oncologia ser fortemente recomendada, selecionar as PROMs mais apropriadas é um desafio”, afirmam os autores.

Pacientes com câncer de próstata localizado têm várias opções de tratamento, incluindo radioterapia de feixe externo com fótons ou prótons. A terapia de feixe de prótons (PBT) tem certas vantagens dosimétricas, com o potencial de reduzir a morbidade associada ao tratamento e melhorar os resultados oncológicos, mas geralmente é mais intensiva em recursos do que a radioterapia de intensidade modulada (IMRT). Gustavo Nader Marta (foto), especialista em radioterapia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, comenta o estudo que foi selecionado como primeiro Late Breaking Abstract (LBA 1) no ASTRO 2024. O trabalho abordou a hipótese de que a PBT resulta em melhores resultados relatados pelo paciente (PROs), com achados que não demonstraram diferenças mensuráveis ​​entre PBT e IMRT.