Trastuzumabe deruxtecana e nivolumabe em pacientes com câncer de mama avançado expressando HER2
No estudo DESTINY-Breast01 (NCT03248492), Trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) demonstrou eficácia e segurança em pacientes com câncer de mama metastático HER2+ com T-DM1 prévio. Modelos pré-clínicos mostraram que T-DXd combinado com um anticorpo anti-PD-1 teve maior eficácia em relação a qualquer agente isolado (Iwata Mol Cancer Ther 2018). Para avaliar a eficácia da combinação, estudo de fase 1b multicêntrico, aberto, em 2 partes, investiga T-DXd com nivolumabe em pacientes com câncer de mama metastático ou câncer urotelial avançado (NCT03523572). Os resultados primários da parte 2 para pacientes com câncer de mama metastático foram selecionados para apresentação oral no ESMO BREAST Cancer 2022.
Os oncologistas Aline C. Vieira e Max Mano (foto), do Hospital Sírio-Libanês, são, respectivamente, primeira autora e autor sênior de estudo selecionado na sessão de pôster da ESMO Breast Cancer 2022, que discutiu a toxicidade financeira no tratamento do câncer de mama. A análise envolveu mais de 900 mulheres brasileiras atendidas em centros privados e demonstra que grandes encargos financeiros afetam negativamente o acesso aos cuidados e os resultados de grande parte dessas pacientes.
Resultados reportados pelos pacientes (PRO, do inglês Patient-reported Outcomes) são métricas que incorporam a perspectiva dos pacientes para avaliar o efeito do tratamento na qualidade de vida relacionada à saúde (QoL). O ESMO Breast Cancer 2022 apresentou dados de PROs e a taxa de hospitalização do estudo DESTINY-Breast03 (NCT03529110), que avaliou Trastuzumabe-Deruxtecana (T-DXd) versus T-DM1 no câncer de mama metastático HER2+. As evidências mostram que a QoL foi mantida ou melhorada com TDXd nessa população.
A Conquer Cancer Foundation, fundação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), anunciou os ganhadores do 2022 ASCO Annual Meeting Merit Awards. A oncologista brasileira Ana Carolina Veneziani, Clinical Research Fellow no Princess Margaret Cancer Center, está entre os premiados.
No estudo de Fase II randomizado TheraP, pacientes com mCRPC que progrediram a docetaxel foram randomizados para receber LuPSMA vs. Cabazitaxel. Esse estudo demonstrou superioridade do tratamento com LuPSMA em termos de resposta por PSA (redução do PSA basal de 50% ou mais (PSA50-RR; 66% vs. 37%), e sobrevida livre de progressão por PSA ou radiográfico (HR 0,63). A inclusão do estudo exigiu alta captação de PSMA (pelo menos uma lesão com SUVmax maior ou igual a 20) e nenhuma lesão que fosse FDG-positivo e PSMA-negativo. José Maurício Mota (foto), chefe do Grupo de Tumores Geniturinários da Oncologia Clínica do ICESP/FMUSP e oncologista titular da Oncologia D’Or, analisa os resultados.
Análise retrospectiva de pacientes com carcinoma de células renais metastático de novo demonstrou que pacientes com trombo tumoral apresentaram resultados semelhantes aos pacientes sem extensão tumoral intravascular após o tratamento sistêmico. O trabalho também sugere um papel importante da nefrectomia citorredutora no aumento da sobrevida global em pacientes com trombo tumoral. Fernando Korkes (foto), urologista no Hospital Israelita Albert Einstein e chefe do Grupo de Uro-Oncologia da FMABC, comenta os resultados.
O oncologista Carlos Stecca (foto), ex-clinical research fellow no Princess Margaret Cancer Centre e atual membro do corpo clínico do Centro de Oncologia do Paraná (Curitiba) é primeiro autor de estudo selecionado para apresentação em pôster no ASCO GU 2022 que buscou determinar a viabilidade do uso de sequenciamento de próxima geração (NGS) para caracterizar o carcinoma urotelial metastático ou localmente avançado e identificar variantes potencialmente acionáveis. "As técnicas de sequenciamento genético são ferramentas importantes para a evolução do tratamento personalizado em oncologia, e tem trazido informações promissoras em carcinoma urotelial avançado", destaca Stecca.
O conjugado anticorpo droga trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) combinado ao anti PD-1 nivolumabe mostrou atividade antitumoral em pacientes com câncer urotelial com expressão de HER2, com perfil de segurança consistente com dados já conhecidos para T-DXd em outras indicações e para monoterapia com nivolumabe em pacientes com câncer urotelial. Os dados são de estudo apresentado em Rapid Abstract Session por Matt D. Galsky, do Mount Sinai.
Estudo brasileiro selecionado para apresentação em pôster no ASCO GU 2022 buscou descrever as características clínicas e patológicas, bem como os padrões de tratamento e os desfechos de pacientes com malignidades intraescrotais de células não germinativas tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-FMUSP) entre 2009 e 2020. “Por serem raros, a literatura sobre tumores testiculares de células não germinativas e malignidades paratesticulares ainda é escassa”, observam os autores. O oncologista Mateus Trinconi Cunha (na foto, à esquerda) é o primeiro autor do trabalho; José Mauricio Mota, chefe do Grupo de Tumores Geniturinários da Oncologia Clínica da instituição, o autor sênior.
A psico-oncologista Cristiane Bergerot (foto), do Instituto Unity de Ensino e Pesquisa e do Centro de Câncer de Brasília (CETTRO), é primeira autora de estudo selecionado para apresentação em pôster no ASCO GU 2022. O estudo avalia o benefício do uso de um aplicativo baseado na intervenção mindfulness para pacientes com câncer renal metastático. “Este é o primeiro estudo a implementar uma ferramenta de apoio psicossocial, baseada em evidências e acessível por smartphone, para pacientes com câncer renal metastático”, destaca Bergerot.